Entidades do setor produtivo se unem ao GDF para conter a pandemia

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Alexandre de Paula

Correio Braziliense

Para tentar barrar o avanço da Covid-19 no Distrito Federal e minimizar os efeitos da pandemia, entidades do setor produtivo se uniram ao Executivo local para promoverem ações e campanhas contra o coronavírus desde os primeiros casos confirmados na capital federal. As iniciativas, de acordo com essas organizações, podem, além de auxiliar na saúde, tornar menores os danos causados pela disseminação da doença na economia.

Nos últimos dias, a Federação das Indústrias do DF (Fibra) fechou parceria com o governo local para que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF) recupere respiradores defeituosos da rede pública de saúde. Atualmente, há cerca de 100 equipamentos em processo de conserto, e a estimativa é de que o número possa superar 200 unidades.

“Montamos um laboratório no nosso espaço em Taguatinga e estamos concentrando as ações ali. Constatamos que boa parte deles poderá ser de fato recuperada. Eu acredito que nesta semana teremos respiradores prontos para entregar à Secretaria (de Saúde)”, adianta o presidente da Fibra, Jamal Bittar. A entidade também começou a produzir máscaras de acrílico, que serão encaminhadas aos profissionais da Saúde. Até agora, 5 mil unidades foram confeccionadas.

O dirigente destaca que há um diálogo constante entre o Executivo local e as entidades do setor produtivo para alinhar as medidas. “Temos conversado com o governador e com secretários sempre. Essa é uma a maneira de contribuirmos de forma organizada para evitar que essas ações se percam no caminho e não cumpram o objetivo de ajudar a população”, afirma.

Outro convênio firmado com Senai-DF, Instituto Euvaldo Lodi do DF (IEL-DF), Sindicato das Indústrias do Vestuário do DF (Sindiveste-DF) e Banco de Brasília (BRB) possibilitará a confecção de 1 milhão de máscaras para distribuição gratuita à população. O material é considerado fundamental para que a abertura das atividades comerciais possa ocorrer em 3 de maio, como planeja o GDF.

O BRB investirá R$ 1 milhão na iniciativa. A ideia, além de garantir a oferta dos equipamentos de proteção, é aquecer parte do setor de vestuários, que atuará na fabricação. A estimativa da Fibra é de que ao menos 1,5 mil profissionais, atualmente sem renda, participem da produção.

 

Estragos
 
O presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (Codese-DF), Paulo Muniz, acredita que há uma união de esforços de todo o setor produtivo em torno dos problemas. “Estamos irmanados para que consigamos superar isso. É uma situação extremamente grave e desconhecida, que causou estragos muito grandes tanto com a perda de pessoas quanto na economia, e que pode ter ainda mais consequências inesperadas”, avalia.

O conselho promove, desde o início do mês, a campanha Juntos pelo DF. A iniciativa angaria recursos para a compra de equipamentos e insumos que são doados à Secretaria de Saúde. Mais de R$ 280 mil foram arrecadados até agora. O valor foi usado para a compra de cinco respiradores e é investido na confecção de máscaras em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Fábrica Social (gerida pela Secretaria de Educação).

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF) também se mobilizou para auxiliar no combate à doença. Funcionários da organização, além de trabalhadores do Sesc (Serviço Social do Comércio) e do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) no DF, foram cedidos à Secretaria de Saúde. “Estamos indo além do atendimento ao setor comercial. O Senac está fazendo 12 mil máscaras por semana e vamos doar respiradores para o governo também”, acrescentou o presidente da Fecomércio, Francisco Maia.

Pós-corona
 
Pelo potencial de capacitação, serviços do Sistema S poderão ser fundamentais para a retomada da economia após a pandemia, acreditam os presidentes da Fibra e da Fecomércio. O Senac e o Senai, asseguram, poderão ajudar diversas pessoas desamparadas pela crise econômica a encontrar um novo lugar no mercado de trabalho.

“Temos pensado muito nas questões do pós-corona. Não vamos lidar só com o contágio, isso vai passar. Então, queremos intensificar o treinamento de desempregados. E estamos buscando ações com as secretarias de Trabalho e de Ciência e Tecnologia para a aplicação de recursos no treinamento profissionalizante. Essas frentes serão muito necessárias para a nossa retomada”, avalia Jamal Bittar.

 

Como ajudar

Comitê de emergência

» As doações podem ser feitas por meio da agência 0100-7 do BRB, conta corrente n° 062.958-6, CNPJ n° 00.394.684/0001-53.


Juntos pelo DF

» As doações de recursos financeiros para a campanha Juntos pelo DF devem ser feitos por transferência bancária ou pela internet no site www.juntospelodf.com.br. As informações para efetivar o apoio estão disponíveis no portal da iniciativa. As doações de materiais e insumos podem ser entregues na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF), no SIA Trecho 2/3, Lote 1.125, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

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