Empresários cobram crescimento

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Os principais segmentos do setor produtivo brasiliense reivindicam aos candidatos ao Palácio do Buriti projetos que favoreçam à consolidação da estrutura privada e reduzam a dependência em relação à administração pública

Flávia Maia
Correio Braziliense

O setor produtivo do Distrito Federal acompanha com muita atenção a sucessão ao Palácio do Buriti. Representantes de importantes segmentos do mercado local querem respostas para problemas que impedem o crescimento e a consolidação de uma estrutura privada forte e competitiva e deixam a economia extremamente dependente do setor público. São demandas que vão desde a desburocratização de projetos e alvarás, passando pela regularização de terras, acesso ao crédito até a redução da carga tributária.

A incerteza quanto ao futuro da economia da capital do país levou vários segmentos a convidarem os candidatos para debater nas federações e sindicatos patronais o que planejam para o setor produtivo. O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) convocou um a um, entre agosto e o início deste mês. As federações do Comércio (Fecomércio) e da Agricultura e da Pecuária (Fape) do DF também sabatinaram os postulantes ao Buriti. Os empresários querem respostas mais assertivas para assuntos vagos nas propostas de campanha e que não correspondem aos anseios da classe.

Para membros do setor produtivo local, os projetos protocolados pelos candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não são precisos em relação às principais queixas do segmento, tanto que, nas sabatinas do Sinduscon-DF e da Fecomércio-DF, os candidatos receberam uma pauta com as principais reivindicações e o que deveria ser comentado. "Os projetos apresentados atendem a exigência da legislação eleitoral, mas as propostas são vagas. Por isso, mandamos as mesmas questões que inquietam o comércio para todos os candidatos e os convidamos para vierem aqui. Todos tiveram o desempenho esperado dentro das linhas partidárias", analisa Adelmir Santana, presidente da Fecomércio-DF.

O presidente do Sinduscon-DF, Júlio César Peres, conta que a entidade também enviou a pauta do setor. "Em linhas gerais, o discurso era parecido porque respondia às nossas demandas dentro do programa de governo deles. O interessante de fazer um debate como esse é que tudo fica registrado e podemos, depois da eleição, cobrar as ações prometidas", explica.

Impostos e alvarás

A emissão de alvarás e a alta carga de impostos, em especial, têm preocupado o empresariado local. Por isso, a desburocratização foi um item abordado pelos candidatos durante as sabatinas. "Com exceção de Agnelo, que hoje é governador, os outros afirmaram que o Estado precisa ficar menos inchado e menos burocrático", afirma Adelmir Santana. Segundo ele, a Fecomércio espera o fortalecimento das regiões administrativas com técnicos concursados para os processos não ficarem parados.

Se o assunto é carga tributária para tornar o produto do Distrito Federal mais competitivo, as propostas são parecidas: diminuição de impostos e maior arrecadação. Itens que, segundo o professor de finanças públicas da Universidade de Brasília Roberto Piscitelli, não combinam e não dependem só do candidato, mas do mercado e da conjuntura econômica. "O Arruda, por exemplo, aposta em crescimento de 5% ao ano na arrecadação. É uma meta pra lá de ambiciosa, ainda mais quando a promessa é de não aumentar os impostos. Além disso, o crescimento econômico não é isolado, dependerá da retomada do crescimento brasileiro", analisa Piscitelli. "O Pitiman fala que vai manter o superavit na balança comercial do DF, mas isso depende do setor privado, da economia", complementa.

O candidato Agnelo Queiroz (PT) propõe o alinhamento tributário com as outras unidades da Federação, e José Roberto Arruda (PR) promete uniformizar o regime de impostos do DF com todo o Centro-Oeste. "São tarefas que não dependem somente da vontade do governador do DF. Nesse sentido, apenas o Toninho veio com proposta viável de descontos progressivos no IPTU e IPVA, isso é competência do governador", informa.

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