Agência CBIC
Falta de repasses, qualidade baixa dos projetos, problemas com licenciamento e desapropriação. Estas são as principais causas para a paralisação de obras públicas no Brasil, de acordo com entrevista que o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, deu na manhã desta terça-feira (27) para a Rádio Gaúcha. Ele abordou dados da pesquisa ‘Obras Paralisadas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)’, divulgada pela entidade em abril.
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A pesquisa mostra que, ao todo, são 4,7 mil empreendimentos interrompidos em todo o país. “A gama de problemas é enorme”, disse Martins. “São 70 bilhões de reais investidos, que estão derretendo com o tempo. São necessários 40 bilhões para a conclusão, mas esses recursos não existem nos caixas do setor público. O que a gente precisa é de uma solução imediata, já que as obras representam 500 mil empregos diretos”, acrescentou.
O presidente da CBIC ressaltou que grande parte das obras paralisadas são de Unidades Básicas de Saúde e creches, o que aumenta a gravidade da questão, por se tratarem de serviços essenciais para a população. “Muitas vezes, as obras são interrompidas porque a prefeitura não teria recursos para a manutenção uma vez que fossem terminadas”, alertou.
Martins abordou algumas das propostas elencadas pela CBIC para enfrentar o problema. Uma é a de elaborar parcerias público-privadas para a retomada dos empreendimentos. “O setor privado pode assumir o término de uma obra, com a contrapartida do direito de usá-la por um tempo determinado, por exemplo. São vários interesses que podem ser buscados para resolver o problema ao longo do tempo”, afirma.