Distrito Federal registra alta nos acidentes elétricos em 2016 – Portal Metrópoles

TAMANHO DA FONTE: A+ A A-

Guilherme Waltenberg
Bruna Nardelli
Portal Metrópoles

O término da primeira metade de 2016 trouxe um dado alarmante para a população e o setor produtivo do Distrito Federal. O volume de acidentes envolvendo a rede elétrica encerrou o período em um ritmo mais acelerado do que o observado ano passado. Até a metade deste ano, foram registrados, pelo Corpo de Bombeiros, 50 acidentes envolvendo a rede elétrica — nos 12 meses de 2015, houve 67 casos. Com isso, a média mensal subiu de 5,5 para 8,3 ocorrências.

Essa alta também foi notada em outros dados, esses coletados pela principal concessionária de energia do DF, a Companhia Energética de Brasília (CEB). A empresa registrou, ao longo do ano, quatro incidentes, com uma morte, ante cinco no ano anterior. A discrepância entre os números é resultado de abrangências distintas na formulação do cálculo. Enquanto os bombeiros registram todas as ocorrências, os dados da CEB são restritos à rede de operação, que exclui eventuais acidentes domésticos e industriais, por exemplo. 

Esse aumento, por si só, desperta a atenção dos responsáveis e liga o sinal de alerta entre a população devido às consequências que eventuais acidentes podem trazer às vítimas. Ainda assim, oficiais dos bombeiros e executivos da CEB afirmam, em uníssono, que não se trata de uma crise, mas de um aumento que demanda um trabalho de conscientização. 

Canteiro de obras

Organizações como o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) têm cada vez mais reforçado a sua atuação, sobretudo em obras de construção, para alertar sobre os riscos desses acidentes. A entidade estima que riscos com eletricidade são a terceira principal causa de acidentes em canteiros de obras. Por isso, com as organizações parceiras, eles realizam campanhas de conscientização do uso de equipamentos individuais e coletivos apropriados nas obras.

“Sempre que um trabalhador vem para a construção civil, tem que fazer treinamento admissional e outros tantos periódicos. Nós auxiliamos nesse processo, além de promovermos cursos em parceria com Senai, Sesi e palestras”, afirmou o diretor de Política e Relações Trabalhistas do sindicato, Izidio Santos. Ele conta que as empresas procuram muito a entidade devido ao rigor das normas da legislação da área, que podem inclusive levar a multas. Desde que começou a trabalhar na área, ainda nos anos 1980, ele relata que houve uma série de mudanças e as mortes nos canteiros começaram a ser mais raras.

Segurança

Em uma construção de um centro comercial na Asa Norte, na altura da quadra 504, por exemplo, a técnica em segurança do trabalho Fernanda Vieira de Araújo relata que a regra é promover capacitação.

Segundo ela, o valor médio de um treinamento, custeado pela empresa, é de R$ 300 por funcionário, tanto para os treinamentos gerais – que servem para todas as áreas – quanto para os mais específicos, como os voltados para a eletricidade e aquele que abrange a NR10 – que trata justamente da segurança na área.

“Na ponta do lápis, é uma economia. Evitamos acidentes, e isso leva a uma boa economia por não haver paralisação de obras e indenizações. E também evitam-se óbitos. E isso não tem preço”, destacou.

Ambientes

Se na avaliação macroeconômica uma das grandes lacunas é justamente o elevado grau de informalidade de setores do mercado, que impedem que regras de regulação, por exemplo, sejam hegemônicas, a mesma máxima pode ser aplicada aos acidentes fatais envolvendo choques elétricos.

Em 2015, segundo dados da Abracopel, 43 pedreiros e ajudantes morreram por descargas elétricas, o maior grupo profissional atingido por esses incidentes. Na sequência, aparecem eletricistas e técnicos autônomos, 17, e pintores e ajudantes de obras, 15. Em comum, eles têm o fato de que a maior parte dessas mortes ocorreu nas chamadas “construções de fim de semana”, que são reformas ou ampliações feitas por conta própria ou com auxílio informal. É o que explica o diretor-executivo da Abracopel, Edson Martinho.

“Esse tipo de intervenção tem que ser feita com o cuidado devido. É simples pedir o desligamento da rede elétrica para as concessionárias, evitando maiores riscos”, destacou. Essas construções também despertam a atenção dos bombeiros. “É a famosa gambiarra, onde a maior parte dos acidentes acontecem”, disse o capitão Gildomar Laves da Silva.

Na CEB, por exemplo, basta que o interessado em mexer na casa procure uma representação da empresa ou faça o contato telefônico. “É um processo sem muita burocracia”, completou o diretor de Gestão da companhia, Raphael Ehlers dos Santos.

(Com adaptações da Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF)

 

Leave a Comment

Abrir bate-papo
Precisa de ajuda?
Olá, 👋
em que podemos te ajudar?