Crescimento do setor produtivo no DF depende da redução da burocracia, avalia Lide – Jornal de Brasília

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Isaac Marra

A retomada do crescimento do setor produtivo no Distrito Federal e o consequente aumento da geração de emprego e renda dependem da redução da burocracia na liberação de obras. A avaliação é do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) de Brasília, que realizou, ontem,  a quinta reunião deste ano, durante almoço.

O convidado da vez foi o vice-governador, Renato Santana, que reconheceu a necessidade de adotar medidas que facilitem o andamento de processos de aprovação de alvarás, de cartas de habite-se e de licenciamentos, entre outros documentos exigidos para desenvolver atividades econômicas na capital. 

Paulo Octávio, presidente do Lide Brasília, criticou o excesso de burocracia e a falta de instrumentos legais que permitam acelerar a instalação de empresas. “Isso tem atrapalhado sobremaneira o crescimento das empresas, inclusive fazendo com que algumas deixem a cidade e outras procurem outros destinos para desenvolver suas atividades, deixando de gerar milhares de empregos”, afirmou o empresário.

Intitulada “Síndrome da Bolha: Mudança de Padrão nas Relações Governamentais”,  Renato Santana chamou a atenção para uma mudança de comportamento do servidor público. Segundo o vice-governador, a maioria dos servidores não sai dos gabinetes e por isso não conhecem a realidade dos empreendimentos. Um realidade que precisa mudar rapidamente. “O momento não é de defender vertentes políticas, interesses de grupo. É hora de salvar a cidade”, afirmou o vice-governador.

Uma luz

Durante o almoço com 40 empresários, Renato Santana aproveitou a ocasião, para entregar ao empresário Adalberto Valadão o habite-se de 320 unidades de um empreendimento no Setor Park Sul. Um documento aguardado há cerca de um ano. Diante da iniciativa, uma luz no fim do túnel acendeu para os empresários que estavam incomodados com falta de atitude do governo.

Novas medidas vão resgatar o crescimento

Renato Santana aproveitou para anunciar algumas iniciativas em andamento no governo para melhorar o cenário de dificuldades enfrentadas pelo setor. Entre elas a redação do novo Código de Edificações e a elaboração de portarias que reduzam as exigências de documentos, como relatórios de impacto de trânsito e licença de instalação, quando se tratar de empreendimentos em terrenos adquiridos da Terracap. 

Santana destacou, ainda, a necessidade de ampliação do quadro de pessoal de órgãos como o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e a Central de Aprovação de Projetos, da Secretaria de Gestão de Territórios e Habitação, medida que depende da adequação do governo aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. 

Confiança

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Paulo Muniz, foi um dos primeiros a louvar o comportamento do vice-governador diante da notícia que o governo está preocupado com o desenvolvimento no DF que caiu nos últimos meses.  O empresário destacou o empenho pessoal de Renato Santana para desatar os nós que travam o crescimento econômico no DF. 

“Sou testemunha disso, pois tenho acompanhado suas visitas para desenrolar os habite-se”, disse Muniz. “Isso nos dá segurança jurídica e resgata a nossa confiança para investir”, completou. 

Saiba mais

O grupo teve como convidados o ministro do Esporte, George Hilton, o senador Reguffe (PDT-DF), o governador Rodrigo Rollemberg e a presidente da Câmara Legislativa, deputada Celina Leão (PDT). 

O Lide é uma organização que reúne 40 empresários das áreas de construção civil, saúde e educação, entre outros ramos de atividades. 

Para fazer parte do grupo, é preciso apresentar um faturamento, mínimo, anual de R$ 200 milhões.