Covid-19: Segmento industrial debate questões trabalhista e financeira

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Agência CBIC

‘A saúde dos trabalhadores e a saúde financeira das empresas’ foram destaques do debate online promovido nesta segunda-feira (13) pela Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com empresários do segmento, com foco nos benefícios e riscos das Medidas Provisórias nºs 927/20 (do Trabalho) e 936/20 (redução proporcional de jornada de trabalho e salário) e os caminhos para obter as linhas de crédito para capital de giro das empresas, anunciadas pelo governo para mitigar os riscos da pandemia do coronavírus (Covid-19) e manter o emprego.

Aos 90 participantes, o presidente da COIC/CBIC, Ilso de Oliveira, reforçou que “a ideia dos debates é ajudar as empresas do segmento no que se fizer necessário para que o momento seja o menos traumático possível”.

Sobre os benefícios e riscos das MPs 927/20 (do Trabalho) e 936/20 (redução proporcional de jornada de trabalho e salário), o vice-presidente de Relações Trabalhistas da CBIC, Fernando Guedes, ressaltou a importância das empresas avaliarem estrategicamente a adoção das medidas provisórias para esse momento de crise. “Usem muito da MP 927, para depois usar da MP 936, para que, com calma, possam avaliar a situação”, aconselhou Guedes, alertando que “a MP 936, com a redução do salário e a suspensão do contrato de trabalho, implica em estabilidade”.

Em relação à decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que os acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária de contrato de trabalho previstos na MP 936/2020 somente serão válidos se os sindicatos de trabalhadores forem notificados em até 10 dias e se manifestarem sobre sua validade, Guedes informou que a tendência é de que, no próximo dia 16, o Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) valide os acordos individuais, sem participação dos sindicatos, considerando o benefício maior do empregado, que é a manutenção do emprego, e com a justificativa de estarmos num momento excepcional do coronavírus.


Caminhos para obter linhas de crédito para capital de giro

Já sobre as linhas de crédito anunciadas pelo governo federal para capital de giro das empresas, Ilso de Oliveira destacou que a CBIC tem tratado do tema junto ao Banco Central.  

O professor da Fundação Dom Cabral e consultor em finanças e estratégia, Guilherme Amado, apontou a dificuldade para se conseguir linhas de crédito neste momento. “Empresas que vinham tendo relações bancárias normais e constantes com seus banqueiros, tinham linhas aprovadas e eventualmente até garantias já constituídas, têm conseguido sacar essa linha com uma certa facilidade. As empresas que tinham relações bancárias, mas não tinham garantias formalizadas, estão “suando um pouco a camisa” para conseguir constituir garantias que sejam satisfatórias aos credores para sacar seus empréstimo. Agora, as que não tinham relação bancária e que estão começando agora, estão tendo uma dificuldade enorme”, destacou.

Segundo Guilherme Amado, o cenário do empréstimo está mais na questão de como fazer a relação com o banco acontecer do que efetivamente com a estrutura da crise. “O que os bancos querem ver é a capacidade da empresa gerar caixa”, disse.

Conheça a COIC/CBIC

A COIC congrega empresas do segmento de engenharia, construção e montagem com foco nas atividades do setor de implantação de Projetos Industriais e Corporativos, que responde por aproximadamente 1/3 do PIB da Indústria da Construção, o que representa 85 bilhões de reais a cada ano.

A comissão tem como missão elevar a maturidade das empresas que atuam no segmento e aumentar o nível de sucesso na implantação de projetos. No momento, concentra seus esforços em três projetos:

Guia de Gestão Compartilhada – Aumentar a eficácia dos projetos de obras industriais e corporativas por meio do uso da Gestão Compartilhada, desenvolvendo documento com os principais benefícios desta cultura, assim como de sua aplicabilidade;

Valorização da Engenharia – Promover a discussão em prol da valorização da engenharia, buscando frear a depreciação que o setor vem sofrendo nos últimos anos, acentuada com a crise que assola o país;

Fazer Mais e Melhor com Menos

Momento UM: Dialogar, debater propor as ações necessárias para mitigar os danos sofridos com os impactos do COVID-19, buscando aproximar as empresas contratantes e contratadas,

Momento DOIS: Quebra de paradigmas, alinhar vetores do setor em direção ao seu desenvolvimento. Nome do Jogo: cooperação!

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