Assessoria de Comunicação da Cbic
O projeto dos índices Nacionais para Mercado Imobiliário realizado no âmbito da Comissão da Indústria Imobiliária da Cbic, com correalização do Senai Nacional, há muito tempo estava sendo estudado pelo setor. Com informações, inicialmente, sobre a situação do mercado no período de novembro de 2016 a fevereiro de 2016 poderá contribuir para a tomada de decisões, planejamento de empresas do setor e do próprio governo, para promover ações e programas visando à diminuição do déficit habitacional. “A carência de informação no nosso setor é uma coisa impressionante no Brasil. Procuramos fazer um modelo de índice com amostras de dados firmes que tenha uma sistemática técnica para dar mais robustez e credibilidade aos números”, disse o presidente da Cbic, José Carlos Martins.
Os organizadores do projeto defendem que os indicadores nacionais com o tempo se consolidem e sirvam como ferramenta para decisão de negócios. “Ter um índice não significa dizer que no trimestre de janeiro a março de 2017 o preço do imóvel novo no Brasil cresceu 0,31%. Não é isso que estamos querendo. Estamos querendo um indicador nacional mais elaborado que possa dar uma sinalização sobre o que está acontecendo no mercado imobiliário brasileiro”, destacou o líder do projeto e economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, alertando sobre a importância da qualidade das informações coletadas.
Em função da dispersão de dados e da diversidade das várias regiões brasileiras, o grupo de trabalho responsável pelo projeto sentiu a necessidade de estruturar uma metodologia para uniformizar a elaboração de índices e indicadores nacionais, envolvendo representantes das várias regiões do Brasil, por meio da estruturação de banco de dados com informações, pesquisas e documentos de interesse do mercado imobiliário brasileiro.
O projeto nacional de indicadores é inédito no mercado. Para os idealizadores, o momento que atravessa o mercado, além de oportuno, torna o trabalho imprescindível e urgente pela necessidade de as empresas precisarem, mais do que nunca, avaliarem bem as demandas, fazerem projeções de evolução do mercado, para que possam avaliar com maior precisão as tendências e antecipar eventuais ajustes de rota e reduzir riscos.
Durante a reunião ordinária de fevereiro da Comissão da Indústria Imobiliária (CII), realizada na sede do Secovi-SP, os participantes foram lembrados pelos organizadores do projeto sobre a necessidade de intensificar ainda mais o apoio às entidades associadas (Ademi, Sinduscon e Secovi), na realização do Censo anual nas localidades onde for necessário implementá-lo, além da pesquisa, que será feita trimestralmente.
Resultados Consolidados
Pela metodologia aplicada, as pesquisas serão realizadas localmente pelas entidades e não sofrerão interferência dos consultores. Cada entidade tem autonomia para fazer seus levantamentos. Como teste estão sendo recolhidos dados do mês de novembro de 2016. Detectando e corrigindo os problemas na coleta, os índices serão divulgados trimestralmente, sendo o primeiro com dados de dezembro a fevereiro.
Durante a reunião da comissão, a Brain, empresa que presta consultoria para a consolidação dos indicadores, apresentou os resultados parciais consolidados de novembro de 2016 a janeiro de 2017, da pesquisa nacional em 11 dos 17 Estados (*) que deverão entrar no levantamento completo dos indicadores nacionais nas cidades de Belo Horizonte/Nova Lima, Curitiba, Joinville, Manaus, Cuiabá, Rio de Janeiro, Região Metropolitana de Maceió, Recife, João Pessoa e Fortaleza. Adicionalmente, para coleta e segurança das informações foram realizados Censos nos locais onde nunca havia sido feito o levantamento anual, ou não era realizado regularmente. Os Censos foram realizados em Alagoas, Ceará, Cuiabá, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro.
O consultor da Brain, Marcos Kahtalian destacou que já foram levantados dados referentes a dezembro de 2016 nas cidades: Belo Horizonte e Nova Lima; Curitiba; Joinville; João Pessoa e Manaus, posição até o dia 09/02. Nessas localidades as entidades associadas fazem regularmente pesquisa de campo.
O trabalho de coleta, segundo ele, ocorre de duas maneiras: pela captação direta das informações dos associados, e principalmente, pela busca ativa percorrendo a cidade e coletando as informações.
Ao líder do projeto coube uma breve apresentação sobre a situação do mercado imobiliário nacional, com base nos dados fornecidos pelas regiões pesquisadas. Segundo o economista Celso Petrucci, de janeiro a novembro de 2016 em relação ao mesmo período anterior, houve uma redução de 30% no número de lançamentos, enquanto as vendas apresentaram uma queda de 20%. No período foram vendidas 6.167 unidades habitacionais a mais do que lançadas.
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A pesquisa apresentada na reunião da comissão aponta também que o estoque vem caindo nas áreas pesquisadas. Segundo Celso Petrucci, prossegue a tendência de vender o que está em construção, o que está pronto, e queda nos lançamentos. “O que a gente vem percebendo cada vez mais é que tem menos imóvel na planta e cada vez mais imóvel pronto. Já foi 19%, 22% e agora é 24%”, destacou.
Em sua apresentação, o economista fez uma análise das condições do mercado para o próximo período, levando em conta os parâmetros econômicos num cenário futuro. “A perspectiva é que se o mercado tiver uma inflexão, com taxa de juros baixando de novo, e se o desemprego parar de crescer, no final do ano, a gente talvez volte a escoar esses estoque e cresça o número de lançamentos no país”, avaliou.
(*) Locais de realização da pesquisa dos indicadores: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.