Fato Online
Diego Amorim
Em meio a crise que o Distrito Federal e o país atravessam, esse problemas, que são crônicos, tomam uma dimensão ainda maior
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Algumas das explicações para a inflação dos terrenos estão na elevada renda per capita e no apetite dos investidores brasilienses por imóveis. Utilizando-se de contas consideradas frágeis pelo mercado, grupos de pessoas físicas, não raramente, desbancaram construtoras em licitações da Terracap ao oferecerem altos valores pelas terras, puxando para cima os preços mínimos nas próximas concorrências.
Os atrasos nas entregas dos empreendimentos já são tão frequentes no DF que os contratos costumam trazer uma cláusula em que as construtoras ficam obrigadas a pagarem aos compradores todo mês, geralmente, 0,5% do valor do imóvel até que a ocupação seja autorizada. A insegurança jurídica provocada por contradições na legislação vigente e por mudanças de regras durante a elaboração dos projetos também influenciam nos gastos finais de um empreendimento.
De acordo com a última medição do Índice FipeZap, o DF tem o terceiro maior valor médio de metro quadrado do país, atrás apenas do registrado no Rio de Janeiro e em São Paulo. O CUB (Custo Unitário Básico), indicador oficial da construção civil, medido pelos sindicatos regionais com base em uma lei federal, não apresenta tanta diferença entre uma capital e outra. “Os custos indiretos, que não são contemplados pelo CUB, são mesmo o principal problema em Brasília”, diz Vargas.