Agência Cbic
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Foto Elis Pereira / CBIC
O mundo vive momentos de transformações rápidas no setor energético pela urgência que a questão climática exige. O setor da construção civil tem grande participação na emissão de gases de efeito estufa e por isso tem papel fundamental nessas mudanças. A boa notícia é que a cada dia surgem novas tecnologias para apoiar o processo de adaptação. Para a presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticos, a pesquisadora Suzana Kahn, o Brasil está atrasado em relação ao resto do mundo: “o país não está agindo de forma reativa em relação `as mudanças que vão ocorrer independente da nossa vontade. A queda do custo de geração solar fotovoltaica foi imensa e o Brasil demorou a acordar”. A afirmação foi feita durante painel realizado pelo Comissão de Meio Ambiente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), durante o 90º Encontro Nacional da Índústria da Construção (ENIC), em Florianópolis.
Os números trazidos pelo gerente de Soluções para Empresas da Engie Brasil, Maury Garret da Silva, corroboram `a afirmação da pesquisadora. Segundo Garret, enquanto na Alemanha 8% da energia consumida no país é solar, no Brasil o consumo dessa fonte alternativa corresponde a apenas 0,02% do consumo de energia. Ainda assim, ele acredita que este é o momento da energia solar no Brasil porque ela é limpa, renovável, tem um custo fixo de geração, fácil instalação, baixo custo de manutenção e ainda elimina as etapas de trasmissão e distribuição.
O coordenador do painel, Osvaldo Soliano, do Centro Brasileiro de Energia e Mudanças Climáticas (CBEM) compartilhou a experiência da Califórnia que determinou em 2015 a obrigatoriedade de energia solar fotovoltaica para as novas casas a partir de 2020.
Os debatedores foram unânimes em afirmar que o setor da construção civil precisa se adaptar aos novos modelos internacionais de edificações sustentáveis, mas que é preciso incentivos por meio políticas fiscais e regulatórias, além de financiamento.
“Negócios sustentáveis são numa tendência. Uma caminho sem volta. O que antes era um diferencial, agora é uma regra. O Brasil está atrasado. Mas pelo menos estamos na direção certa”, afirmou Lucas Gibram, da Gerência de Desenvolvimento- ForGreen Energia Renovável, ao encerrar o painel.
O painel é uma realização da CBIC em parceria com o Sesi e Senai.