Agência CBIC
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lidera o ranking dos principais financiadores de energia limpa do mundo, com US$ 30 bilhões destinados a projetos do setor no Brasil, entre 2004 e 2018.
A informação é da BloombergNEF (BNEF), serviço de pesquisa da Bloomberg especializado no setor de energia renovável.
Do conjunto de ações do BNDES em energia limpa no período, destaca-se o apoio à construção de usinas eólicas.
“O apoio do BNDES ao setor eólico é um caso de sucesso e motivo de orgulho para o Banco, que demonstra seu compromisso com a promoção do desenvolvimento sustentável”, comenta o gerente da Área de Energia Guilherme Arantes explica a importância do tema no Banco.
De acordo com o BNDES, os resultados alcançados vão além da viabilização de uma fonte de energia inovadora, limpa e competitiva na matriz elétrica brasileira, mas passam também pelo desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores distribuída ao longo do território brasileiro.
“Essa cadeira de fornecedores atraiu mais de R$ 1 bilhão em novos investimentos, gerando milhares de empregos de qualidade na indústria. Do ponto de vista financeiro, a carteira de projetos eólicos permitiu ao BNDES ser a primeira instituição brasileira a emitir Green Bonds no mercado global”
A operação com Green Bonds ocorreu em maio de 2017, quando o BNDES concluiu a captação de US$ 1 bilhão em títulos verdes no mercado internacional. Esses papéis têm características similares aos bonds convencionais, porém os recursos obtidos devem ser destinados a financiar projetos ambientalmente sustentáveis, atestados por uma empresa verificadora, especializada na área ambiental.
O levantamento da BloombergNEF considerou empréstimos realizados pelo BNDES para produção de biocombustíveis e para geração energética a partir de diferentes matrizes: eólica, solar, biomassa e hidrelétrica (pequenas centrais).
O Banco Santander internacional e o Mitsubishi Financial Group ocupam as segunda e terceira posições no ranking, com US$ 26,5 e US$ 24,0 bilhões, respectivamente.
Principais projetos de energia limpa apoiados pelo BNDES
Veja abaixo um raio-x dos projetos de implantação, ampliação e modernização de energia limpa apoiados pelo BNDES. Alguns já estão finalizados, outros ainda estão em processo de implantação.
– 102 parques eólicos. A maior parte dos empreendimentos situa-se no nordeste, região com vocação natural nessa matriz energética. São exemplos os complexos eólicos Chapada do Piauí, no Piauí, Ventos do Araripe, em Pernambuco, Delta, no Maranhão, e Alto Sertão, na Bahia.
– 5 usinas solares. Esses investimentos estão localizados nos estados de Minas Gerais e no Rio Grande do Norte: complexos de usinas solares de Paracatu e Pirapora (MG) e as usinas de Floresta (RN).
– 138 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), são, como sugere o nome, hidrelétricas de menor porte. Nesse caso, há maior adensamento nas regiões centro-oeste, sul e sudeste do país. Somente no estado do Mato Grosso, são mais de 10 PCHs.
– 429 usinas de etanol e biodisel. Entre elas, destacam-se as plantas de etanol de 2ª geração (2G) da Raízen, em Piracicaba (SP), e da Bioflex, em São Miguel dos Campos (AL). Nessas unidades, o biocombustível é produzido utilizando não só o caldo, como também o bagaço e a palha da cana-de-açúcar, resíduos da produção de etanol comum (1G).
– 73 unidades de cogeração de energia a partir da biomassa da cana de açúcar, localizadas em plantas de indústrias sucroalcooleiras, com a função de fornecer energia para a produção e para comercialização do excedente, colaborando com o abastecimento energético do país.
– 1 unidade de geração de biogás a partir de cana-de-açúcar, localizada em Paraíso do Norte (PR). Foi desenvolvida como planta de demonstração, com 4 MW, para geração de biogás a partir de resíduos da produção de cana-de-açúcar. Essa planta foi fundamental para demonstrar a viabilidade técnico-econômica desse processo inovador em escala industrial. Com base nela, estão sendo construídas duas outras unidades, com financiamento em fase de contratação: uma em Guariba (SP), que será a maior termoelétrica a biogás agroindustrial do mundo, com 21 MW, e outra em Pradópolis (SP), que vai avançar nos testes da tecnologia, para verificar, em escala industrial, a viabilidade da purificação do biogás em biometano, para uso como substituto do diesel na frota de caminhões e tratores.
– 19 unidades de produção de energia a partir de outras fontes de biomassa. Nessas unidades, produz-se energia para indústrias a partir, por exemplo, de resíduos como a casca do arroz. É o caso da Silica Verde do Arroz, em Alegrete, e da Sepe, em São Sepe, ambas as cidades no Rio Grande do Sul.
– 2 termelétricas a biogás, que produzem energia a partir de lixo de aterros sanitários, em Caieiras (SP) e Minas do Leão (RS).
(Com informações da Agência BNDES de Notícias)