Artigo – Crise e ética

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Marcelo Guimarães – Presidente do Conselho de Ética do Sinduscon-DF

Muito se tem falado sobre a crise ética por que passam os poderes da República e a política partidária nacional. Por meio dos veículos de comunicação, todos nós, a sociedade brasileira como um todo, temos acompanhado atentamente os desdobramentos e conclusões dos processos em curso nas “CPIs”. Poucos, entretanto, têm percebido o real significado da chamada “crise ética” nesse importante momento histórico que estamos vivendo. Há os que entendam essa crise ética somente pelo impacto do desequilíbrio político-partidário, causado pela corrupção confessada e delatada na briga pelo poder. É preciso enxergar mais além.

Preocupação maior devemos ter é com o estado de dúvidas e incertezas gerados pela ambição descabida no jogo político. Políticos que só pensam no poder, ora com mesquinhos conchavos eleitoreiros, ora com denúncias irresponsáveis e inconsequentes, levam o povo a perder suas referências. Aí está a verdadeira e grave crise ética. Ouve-se constantemente que já não se pode acreditar em mais ninguém. Estamos carentes de exemplos na “prática do bem”. Sem líderes, o ser humano perde a crença de que é capaz de construir o próprio destino. Perde o rumo. Corre-se o risco do surgimento de falsos líderes.
 

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É preciso levantar a bandeira da ética. Ainda existem muitas pessoas boas e bem intencionadas. Há um lado positivo nisso tudo. O nosso país está mudando. Temos que nos conscientizar de que podemos conviver com paz política e social mesmo com processos e apurações, na Justiça, de faltas graves e crimes contra a sociedade. É o aprendizado da democracia. Estamos no limiar do exercício da liberdade responsável. 
 
*Este artigo foi publicado em 29/01/2006. O Sinduscon-DF, ciente da relevância do  tema, resolveu dar publicidade ao conteúdo novamente, mostrando que o assunto ainda é atual.
 

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