Marcelo Guimarães – Presidente do Conselho de Ética do Sinduscon-DF
Muito se tem falado sobre a crise ética por que passam os poderes da República e a política partidária nacional. Por meio dos veículos de comunicação, todos nós, a sociedade brasileira como um todo, temos acompanhado atentamente os desdobramentos e conclusões dos processos em curso nas “CPIs”. Poucos, entretanto, têm percebido o real significado da chamada “crise ética” nesse importante momento histórico que estamos vivendo. Há os que entendam essa crise ética somente pelo impacto do desequilíbrio político-partidário, causado pela corrupção confessada e delatada na briga pelo poder. É preciso enxergar mais além.
Preocupação maior devemos ter é com o estado de dúvidas e incertezas gerados pela ambição descabida no jogo político. Políticos que só pensam no poder, ora com mesquinhos conchavos eleitoreiros, ora com denúncias irresponsáveis e inconsequentes, levam o povo a perder suas referências. Aí está a verdadeira e grave crise ética. Ouve-se constantemente que já não se pode acreditar em mais ninguém. Estamos carentes de exemplos na “prática do bem”. Sem líderes, o ser humano perde a crença de que é capaz de construir o próprio destino. Perde o rumo. Corre-se o risco do surgimento de falsos líderes.
n