Assessoria de Comunicação do 8º Fórum Muncial da Água
Cerca de 6 bilhões de pessoas viverão em cidades sem água suficiente até 2050, se não houver uma mudança significativa no padrão atual de consumo e na gestão das águas. À medida que a população cresce, aumenta a necessidade de abastecimento e de saneamento. Nesse contexto, a América Latina tem papel importante, já que reúne cerca de um terço das fontes de água do planeta e possui, entre outras, a maior bacia hidrográfica do mundo, a Amazônica.
Apesar disso, a irregularidade no abastecimento de água e no saneamento básico faz com que esses serviços muitas vezes não cheguem àqueles que precisam. O panorama das águas na América Latina é tema da segunda matéria da série sobre os desafios relacionados à água.
Em toda a América Latina, a contaminação das fontes de água é uma ameaça constante. Agricultura, mineração e esgoto doméstico são as principais fontes de poluição. Somente 5 por cento do esgoto recebe algum tipo de tratamento antes de ser devolvido ao meio ambiente, estima a Rede Waterlat. Aprender a reutilizar a água, especialmente no setor agrícola, que é o maior consumidor de água do mundo, é uma das soluções para amenizar a crise hídrica.
Brasil, Colômbia e Peru encabeçam a lista de países que contam com a maior quantidade de água da América Latina, segundo o Global Water Partnership (GWP). Mas não significa que haja água para todos. Em Lima, São Paulo e Cidade do México, por exemplo, a demanda pelo recurso é grande e parte da água potável é desperdiçada pelo uso ineficiente e instalações precárias, agravando a crise hídrica que se anuncia.
Segundo estudo do Banco Mundial, o alto desperdício de água tratada e a poluição dos rios, lagos e fontes latino-americanas limitam a disponibilidade de água para o consumo humano, para a agricultura e a indústria. A cultura predominante é do desperdício e os bairros com maior renda são os que desperdiçam mais água em comparação com bairros pobres, onde a escassez de água é muito comum.
A conservação da água representa, além da reutilização, a experiência dos setores, a redução de riscos à saúde e o compartilhamento das responsabilidades – que vai dos profissionais que atuam na área aos usuários.
Problema nacional
A falta de estrutura na rede de esgoto sanitário brasileiro é o principal problema das águas superficiais brasileiras. Relatório do Instituto Trata Brasil divulgado nessa segunda-feira (5) apontou que 24 capitais brasileiras não tratam mais de 80 por cento dos seus esgotos (somente Brasília 82 por cento e Curitiba 91 por cento), e que as grandes cidades do Norte ocupam as últimas colocações do ranking do saneamento.
“Essas 26 grandes cidades abrigam quase um quarto da população do país, é esperado que tenham os maiores desafios para levar os serviços de água e esgotos à totalidade da população. São as que têm mais condições de fazer projetos e levantar recursos para a solução. E isso não vem ocorrendo”, disse Édison Carlos, presidente do Trata Brasil.
Apesar de dispor de 12 por cento das reservas de água do planeta, o Brasil ainda enfrenta dificuldades com a qualidade e a distribuição da água. O país fica em um modesto 23º lugar mundial no que diz respeito à disponibilidade de água por pessoa, atrás de muitos países latino-americanos.
Fórum Mundial da Água no Brasil, em 2018
O Fórum Mundial da Água é um espaço privilegiado para trocar experiências, analisar problemas e buscar soluções relacionadas ao uso consciente da água, em todo o planeta. O evento é um processo de três anos, em que mais de 40 mil pessoas (cidadãos comuns, especialistas, gestores públicos, legisladores e tomadores de decisões) participam de debates pela internet e de eventos preparatórios que ajudam a construir o evento. A participação é aberta a todos por meio da plataforma online: “Sua Voz”.
O Fórum Mundial da Água é o maior evento mundial sobre água e busca promover a conscientização, construir compromissos políticos e para aprimorar a gestão e uso eficiente da água com base na sustentabilidade ambiental, para o benefício de toda a vida na Terra. Pela primeira vez o Fórum vai ocorrer em um país do Hemisfério Sul. “Compartilhando Água” é o tema central desta edição, que reforça a importância da gestão responsável da água com a colaboração de todos.
O 8º Fórum Mundial é organizado pelo Conselho Mundial da Água (WWC), pelo Governo Federal (Ministério do Meio Ambiente e Agência Nacional das Águas – ANA) e pelo Governo do Distrito Federal (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal – Adasa).
O evento será realizado entre os dias 18 e 23 de março de 2018, em Brasília, e cidadãos de todo mundo já começaram as discussões. Seja você também parte da rede de pessoas envolvidas com o tema, participe dessa mudança. Para saber mais, acesse o site.
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