A tomada de três pinos

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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

O hospital localizado num bairro nobre de Brasília foi bem recomendado e já no nosso primeiro encontro o cirurgião me passara sinais claros de competência. Portanto, o comunicado do sucesso da intervenção só serviu para que confirmasse a expectativa. 

A enfermeira encaixa o massageador de pernas para evitar trombose, procura instalá-lo e só então detecta que as tomadas do quarto ainda são de dois pinos, enquanto o plug do equipamento de três. Sai a procura de um adaptador, volta e conclui o processo. “Não se preocupe, funciona automaticamente.”

Meia hora depois não percebo que funcione. Procuro a enfermaria onde me informam que o aparelho é silencioso, de toda a forma voltam para se certificar e descobrem que não funcionava mesmo. Checam e é batata: o problema é com o adaptador. 

Quantos modelos de tomadas dois polos ainda há funcionando por aí? Com quais diâmetros de orifício? Com qual padrão de qualidade? E quanto à variedade de adaptadores? 

Poderia citar algumas razões em favor da tomada de três pinos, mas reforço unicamente aquela com a qual me envolvi há pouco. A rigidez do encaixe provocado pela implantação do terceiro pino. 

Digamos que eu não estivesse presente na sala de convalescença, a falha na conexão poderia causar uma trombose na paciente. Da mesma forma que a despadronização do diâmetro da tomada de dois polos matou, aleijou ou aplicou sustos tenebrosos em crianças espevitadas.

Passados dez anos da entrada em vigor, o fabricante já adequou o equipamento que salva vidas ao que obriga a ABNT NBR 14.136 – 2002, norma de plugues e tomadas elétricas. Já o construtor e o mantenedor do prédio continuam defasados.

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