O Estado de S. Paulo
Mesmo diante de desafios e cenários desfavoráveis, a força, a solidez e a qualidade do mercado imobiliário brasileiro são reconhecidas mundialmente. A incorporação, a construção e a arquitetura estão entre as mais avançadas do mundo – e são motivos de orgulho nacional, transformando o setor produtivo da construção civil em um dos mais importantes da economia brasileira, representando cerca de 9% do PIB, segundo resultados de 2015.
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A pujança do setor se dá por diversos fatores, mas podemos explicar a qualidade do mercado imobiliário brasileiro pela sua capacidade de adaptação, criatividade e por ser responsável por uma das cadeias produtivas mais complexas e importantes da economia nacional, contando com: incorporadoras, construtoras, imobiliárias, prestadores de serviço, consumidores e agentes financeiros. Dessa forma, não estamos falando de uma só, mas de um leque de atividades.
"A construção civil dispara uma série de outros segmentos que vão além de sua atividade principal. É uma rede complexa e é o cerne do mercado imobiliário. Esse impacto na cadeia é justamente o que torna o mercado adaptável às condicionais", explica Ricardo Gonçalves, professor do curso de Pós-Graduação em Negócios Imobiliários da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).
Para Ricardo Rocha, professor do Advance Program in Finance do Insper, a demanda por habitação no Brasil é um fator muito importante para a força do mercado. "O Brasil hoje tem 80% de sua população em áreas urbanas que têm carência e necessidade de um novo imóvel. Todo mundo precisa de uma casa. É o tipo de ativo que é demandado pelas pessoas em várias etapas da vida, desde a juventude até a idade adulta. Hoje, por exemplo, vejo que teremos um grande mercado futuro vindo da população que está envelhecendo e que quer um imóvel mais adaptado à nova fase. É um mercado que atende a todos os públicos e se reinventa o tempo todo", afirma.
Além disso, o mercado imobiliário nacional é muito criativo e sempre procura maneiras para se diferenciar. Para Gonçalves, o setor consegue criar produtos diferenciados ou até uma maneira diferente de se viabilizar um empreendimento em um cenário mais desafiador.A pujança do setor e a qualidade do mercado brasileiro e dá pela sua capacidade de adaptação e criatividade
Para 2017, a expectativa é que a economia reaqueça e os principais atores do segmento já estão se movimentando. "O mercado deve seguir com precaução, mas sem deixar de se movimentar. Temos uma série de negócios ao redor do mercado imobiliário. Um produto muito específico que não se pode deixar de lançar, talvez não precise de um panorama macroeconômico tão favorável. O mundo deve girar, não há fórmula mágica, mas as adequações serão feitas", completa Gonçalves.
Para Rocha, o mercado também deve olhar para o exterior como potencial consumidor. "Os incorporadores devem buscar novas tecnologias e mais eficiência, além de lutar por uma regra tributária mais amena. Fundos de pensão estrangeiros estão olhando o mercado brasileiro e temos um espaço de movimento muito grande. Um olhar mais carinhoso aos investidores internacionais pode render bons frutos", conclui.
O presidente da Federação Internacional Imobiliária (FIABCI Brasil), Rodrigo Luna, concorda com os especialistas. "O mercado imobiliário brasileiro tem um potencial enorme! É preciso enxergar as oportunidades e tentar superar os desafios, acreditando sempre na nossa capacidade de nos reinventar. O ano de 2017 representará um recomeço para essa atividade tão importante não somente para a geração de empregos e renda, mas principalmente como o caminho para a possibilidade de realização do sonho da casa própria", finaliza Luna.
Artigo de autoria da Federação Internacional Imobiliária (FIABCI Brasil)
Artigo de autoria da Federação Internacional Imobiliária (FIABCI Brasil)