Futuro de Brasília depende da união do governo, sociedade civil e setor produtivo

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Patrícia Figuerêdo 
Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF
 
Incentivar a sociedade a participar da criação do futuro da capital a longo prazo, com foco em seu centenário. Foi com este objetivo que nasceu o projeto "Brasília 2060 – a cidade que eu quero viver", que busca conscientizar a população sobre a necessidade de um planejamento sustentável em aspectos sociais, ambientais, econômicos, urbanísticos e de gestão pública. Idealizado por empreendedores, o programa foi lançado na noite desta quinta-feira (30), no auditório do Sinduscon-DF. Na ocasião, a ata para fundação do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese-DF) foi assinada.
 
“Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?”. Foi com este questionamento de Freud que o projeto Brasília 2060 nasceu, conforme explicou o presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Ibrades), Antonio Custodio Neto. “Nós, da sociedade civil, acreditamos no potencial para articular e promover melhorias para a cidade”, afirmou. Segundo Antonio, há muitos desafios, mas  ele acredita no potencial de geração de valor público que o projeto traz, favorecendo as próximas gerações.
 
Maringá é um grande exemplo dos resultados positivos que a união entre governo, setor produtivo e sociedade organizada pode trazer. Não é à toa que a região lidera o ranking de melhores grandes cidades do Brasil, ocupa o oitavo lugar em Gestão Fiscal no país e o primeiro lugar, no Paraná. “Sabemos onde queremos chegar e estamos caminhando para essa direção”, afirmou o ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros, representante da Cbic no evento.
 
Barros ressaltou que a cidade só obteve êxito porque o poder foi compartilhado. Ele contou que, quando assumiu a Prefeitura, havia um déficit muito grande, mas, em quatro anos de mandato, conseguiram atingir um superávit. “É possível reverter os problemas, mas não o governante sozinho. Conseguimos, porque assumimos o compromisso junto com a população”, explicou. Esta união é fruto do Conselho de Desenvolvimento Econômico  de Maringá (Codem), que busca promover o desenvolvimento sustentável, social e econômico por uma articulação harmônica entre a sociedade civil e o setor público, criado em 1996.
 
“Qual o grau de dependência Brasília tem dos governantes?”, questionou Barros. Para ele, a sociedade civil organizada deve emprestar sua competência ao poder público. “Alguém tem que fazer a organização a longo prazo. A população deve tomar consciência do poder e assumir responsabilidades. Precisamos equilibrar o papel dos políticos, mas também da sociedade”, afirmou.
 
Para Barros, um bom futuro para Brasília depende das decisões de hoje. “A cidade que a gente quer viver depende de planejamento. Se planejarmos, as chances de chegarmos onde queremos é grande”, defendeu. O representante da Cbic apresentou algumas tendências futuras, como os fenômenos climáticos, que serão cada vez mais intensos e frequentes. “É preciso que alguém pense nestes pontos. Existem muitos problemas no dia a dia que não serão resolvidos pelo governo. A solução está do lado da sociedade”, ressaltou. Barros afirmou que, se estas duas peças não se juntarem, não será possível conseguir chegar onde é preciso.
 
Na oportunidade, o presidente do Conselho de Desenvolvimento Sustentável e Estratégico (Codese-Goiânia), Renato Correia, falou sobre a instalação do órgão e seus resultados. Tomando como exemplo Maringá, contou que a região goiana foi a primeira cidade planejada a implantar um conselho com foco no futuro. Correia explicou que o objetivo é melhorar a renda e qualidade de vida da população. “Queremos estar entre as 10 melhores cidades para se viver”, destacou.
 
O Codese-Goiânia está dividido em Câmaras Técnicas: Vestuário e Moda; Turismo de Negócios; Polo Educacional; Polo Tecnológico; Logística e Distribuição; Negócios Agropecuários; Saúde; Desenvolvimento Urbano; Gestão Pública; Cidadania; e Segurança. Correia também apresentou o documento Goiânia 2033, que conta com 12 prioridades, entre elas, a automação da Prefeitura, a Educação Infantil e Mobilidade, Segurança, Saneamento e Drenagem da região metropolitana.
 
Na ocasião, Barros falou sobre o Brasília 2060 e reforçou o projeto “O Futuro da Minha Cidade”. “É uma oportunidade da sociedade civil organizada deixar de ser refém e tornar-se protagonista das mudanças”, afirmou. Para ele, tem sido uma comodidade entregar a decisão do futuro aos gestores e políticos, mas é hora de juntar os esforços de que tem esse desejo de mudar Brasília.
 
Tomando como exemplo as duas experiências exitosas e com este desejo de mudanças, os representantes do setor produtivo e participantes do evento assinaram documento para a fundação do Codese-DF. “Estamos unindo um grupo de empresários que querem emanar e fazer um trabalho com o mesmo gabarito dos exemplos apresentados. Nós, sociedade e setor produtivo, precisamos nos organizar”, afirmou o presidente da Ademi-DF, Paulo Muniz. O presidente do Sinduscon-DF, Luiz Carlos Botelho Ferreira, endossou o discurso: “Desejamos que este momento seja de concretizarmos, expositivamente, aquilo que já foi debatido”, acrescentou.
 
Ao final, o jornalista Silvestre Gorgulho proferiu algumas palavras sobre Juscelino Kubitschek e o nascimento de Brasília.
 
O evento foi realizado pelo Ibrades e contou com apoio do Sinduscon-DF, Cbic, Sesi e Ademi-DF. Também compareceram os ex-presidentes da casa Elson Povoa e Julio Cesar Peres; o secretário-adjunto da Casa Civil, Igor Tokarski; o presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), deputado Joe Valle; o presidente da Fibra, Jamal Bittar; o presidente da Asbraco, Afonso Assad; o presidente do Sinduscon-GO, Carlos Alberto Moura; e o vice-presidente do Correio Braziliense, Evaristo de Oliveira.

Clique aqui e acesse as fotos do evento.

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