Seminário da CBIC sobre transparência reúne cerca de 100 pessoas

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Agência CBIC

 

Analisar a evolução das políticas de integridade do setor da construção foi o foco do seminário Diálogos CBIC: Transparência nas Relações, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (13), no Teatro Juca Chaves, do Complexo Brasil 21, em Brasília. O evento reuniu cerca de 100 pessoas, que tiveram a oportunidade de assistir a palestras e debates com nomes proeminentes da área.

 

A iniciativa faz parte do Projeto Ética e Compliance na Construção, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em correalização com o Serviço Nacional da Indústria (Sesi Nacional).

 

A abertura do seminário ficou a cargo do presidente da CBIC, José Carlos Martins, que lembrou a trajetória do setor no tema. “Desde 2013, a construção resolveu inovar e trabalhar com o assunto integridade, estimulando a cultura de buscar o novo em todo o Brasil. Agora, seguimos para uma nova ousadia da CBIC: caminhar no sentido da autorregulação”, destacou.

 

Martins frisou, ainda, a importância de aumentar a transparência e desconcentração do mercado, além de combater abusos de poder.

 

 

A seguir, a jurista e ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon apresentou um balanço dos seminários Ética & Compliance, promovidos pela CBIC. O projeto foi idealizado em 2016, como resposta para as múltiplas denúncias de corrupção divulgadas na época, no Brasil e outros países. Desde então, foram realizados 19 eventos regionais, com o objetivo de disseminar conceitos de integridade entre empresas da construção civil.

 

“Diante da realidade do setor, a CBIC quis fazer uma mudança, tanto por meio de projetos já em andamento, como trazendo o que havia de mais desenvolvido no exterior. O mundo estava se transformando, e a construção também”, disse Calmon. “Foi um trabalho muito difícil de mudança de cultura e, para isso, a CBIC se voltou para o que havia de mais moderno e eficiente: as políticas de compliance”, acrescentou.

 

Autorregulação e programas de integridade são foco de painel

 

 

Após a palestra, ocorreu o primeiro painel do evento, com o tema “Transparência nas Relações com a Sociedade”. Um dos participantes foi o cientista político da Universidade de Brasília Leonardo Barreto, que fez uma exposição sobre alternativas de autorregulação e como ela pode ter um impacto positivo na competitividade das empresas.

 

“Um dos principais erros é acreditar que autorregulação é ausência de regulação”, explicou o especialista em comportamento eleitoral e instituições políticas. Para Barreto, o objetivo dessa fiscalização é adequar os parâmetros e sistemas de controle do setor às expectativas da sociedade, mostrar disfuncionalidades regulatórias e assim propor reformas por parte do poder público.

 

Barreto ressaltou a necessidade de incentivar a discussão em torno do assunto. “Não há modelo pronto ou consultoria sobre autorregulação. É necessário que haja um pacto entre os envolvidos para que consigamos chegar a um novo panorama na construção”, concluiu.

 

Também integrou o debate a secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção da Controladoria Geral da União, Cláudia Taya, que abordou os principais programas de integridade adotados pelo governo e a importância deles para a sociedade. “Eles são o primeiro passo para as organizações combaterem a corrupção”, enfatizou.

 

Algumas iniciativas mencionadas foram o Pró-Ética, que confere reconhecimento público a empresas que aplicam medidas de prevenção à corrupção e fraudes, e o Programa Empresa Íntegra, que incentiva pequenos empreendedores a adotar procedimentos éticos, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

 

O CEO da Construtora Tarjab, Carlos Alberto Borges, completou a mesa do painel. Ele apresentou os principais processos de integridade implementados pela empresa, nas áreas de governança corporativa e compliance.

 

Para Tarjab, essas medidas são essenciais para diminuir riscos jurídicos e financeiros, promover cidadania e, inclusive, garantir a continuidade do empreendimento. “Hoje em dia, não é possível a empresa sobreviver se não fizermos tudo certo”, disse.

 

O segundo painel centrou na transparência das relações entre a esfera público e privada, com a participação de representantes da CBIC e do governo federal. Veja reportagem em breve.

 

O seminário contou com transmissão ao vivo pelo perfil da CBIC no Youtube. A galeria de fotos está disponível na página do Flickr da entidade.

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