Agência CBIC
O Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta quinta (28) pelo IBGE, fechou 2018 com crescimento de 1,1%, totalizando R$ 6,8 trilhões. A construção, no entanto, encolheu 2,5% em 2018, quinto ano consecutivo acumulando retração de 27,7% neste período. Houve também redução da participação do setor: no investimento de 52% para 47%, no PIB nacional de 4,8% para 4,5% e na indústria de 22,4% para 20,6%.
De acordo com o IBGE, o segmento de infraestrutura, diretamente atingido pelos cortes no investimento público, é o principal responsável pelo desempenho negativo do PIB da construção civil.
“A Infraestrutura sempre foi muito dependente dos investimentos públicos, que minguaram desde 2014 de forma crescente. E o modelo de investimentos em parceria com o capital privado (concessões, PPPs) não conseguiu ainda deslanchar de modo satisfatório, seja por despreparo da administração pública, como também pela ausência de mecanismos adequados de financiamento de longo prazo”, destaca o vice-presidente da área de Infraestrutura da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge. Segundo o executivo, as iniciativas do atual governo estão na direção certa para concretização de parcerias e para a consequente ampliação e melhoria da Infraestrutura.
SEGMENTO DE SERVIÇOS IMPULSIONA ALTA DO PIB
O crescimento do PIB brasileiro foi impulsionado pelo segmento de serviços, inclusive atividades imobiliárias que são o serviço de incorporação, comércio e administração de imóveis, além dos serviços de habitação para os proprietários de imóveis, além do aluguel dos imóveis.
Para o economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Luís Fernando Melo Mendes, a alta do PIB nacional foi inferior às expectativas, mas mesmo assim precisa ser relativizada. “Apesar da redução das incertezas e da recuperação da confiança do consumidor e dos empresários, o investimento e o mercado de trabalho ainda estão fracos, devido principalmente à perda de dinamismo do setor da construção nos últimos anos”, explica.
Mendes avalia que, daqui para frente, a previsão é de aceleração lenta e gradual da atividade, com juros e inflação baixos e ociosidade na economia.
Para o país crescer a um ritmo mais forte, sem que isso cause pressões inflacionárias, o economista diz que serão necessárias medidas que ajudem principalmente a construção e a indústria a recuperar seu dinamismo. “Caso contrário, o crescimento será pífio diante das necessidades do país e de sua população”, acrescenta.
Com os números atuais, caso a construção cresça a taxas de 1% ao ano, somente em 2050 a área voltará ao patamar de 2014; a taxas de 2% ao ano, somente em 2035, e a taxas de 4% ao ano somente em 2026%, analisa Mendes. “O encolhimento do setor foi muito intenso e profundo e o cenário ainda é preocupante”, conclui.