Agência Cbic
A inovação é apontada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) como um dos assuntos mais importantes para o futuro próximo, tendo em vista a perspectiva de um Brasil melhor, mas com uma concorrência muito mais acirrada nos negócios e com margem de preços focada muito mais em qualidade, o que exigirá mais investimento do setor. “A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) pode nos ajudar com financiamentos para a inovação que estejam aderentes às políticas públicas existentes, como as do Programa Minha Casa, Minha Vida, de saneamento e do Building Information Modeling (BIM)”, destacou o presidente da Cbic, José Carlos Martins, durante reunião do Conselho de Administração da entidade, realizada nesta semana, em Brasília.
O assunto começou a ser tratado no dia 28 de setembro, durante reunião no Rio de Janeiro, onde foi registrado o interesse da Finep, financiadora de investimento, em desenvolver prioritariamente a inovação junto as empresas das áreas de habitação e de infraestrutura. Para isso, está sendo criado o Programa de Apoio ao Desenvolvimento, à Sustentabilidade e à Inovação na Engenharia Nacional (Paenge). “Como é um programa voltado para o setor, queremos ouvir as empresas, para que manifestem o que de fato consideram mais importante”, informou o assessor da Diretoria de Inovação da Finep, Manoel Lapa e Silva.
Pelo Paenge, a Finep selecionará e apoiará projetos que contemplem atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, produção e comercialização de produtos, processos e serviços inovadores, visando ao desenvolvimento de tecnologias nacionais na engenharia civil. O objetivo é aumentar a competitividade da engenharia nacional por meio da pesquisa, do desenvolvimento e da adoção de tecnologias que elevem a produtividade, diminuam os custos e aumentem a qualidade de seus produtos, serviços e processos, e inserir no mercado materiais, produtos, métodos e sistemas construtivos sustentáveis, ou seja, que contemplem as dimensões social, econômica e ambiental em toda a cadeia produtiva da construção civil.
Segundo Manoel Lapa e Silva, novos instrumentos já foram lançados para o mercado, como os projetos Finep Startup, Finep Conecta e Programa aquisição inovadora: Telecom. Estão previstos também os projetos de Roadmap da tecnologia nacional; de Apoio à engenharia e infraestrutura; de Apoio à difusão tecnológica na indústria e o de Inovação em educação, saneamento e agronegócio.
Até o momento, foram selecionadas para o Plaenge as seguintes linhas temáticas: Implantação e aplicações de Tecnologia BIM (Modelagem da Informação da Construção); Impressão 3D em projetos de construção; Aplicativos e sistemas para construção civil; Aproveitamento, reuso, reciclagem ou diminuição da geração de resíduos de obras; Automatização de canteiro de obras; Pesquisa e desenvolvimento de novos materiais para a construção; Tecnologias para aumento da segurança no setor, e Métodos construtivos inovadores.
O vice-presidente da Cbic e presidente do Sinduscon-PR, José Eugenio Souza de Bueno Gizzi, citou alguns serviços da área de concessões e PPPs que poderiam constar nas linhas temáticas do Paenge, como o controle de peso de cargas nas rodovias, que reduziriam custos e elevariam o número de investimentos. Na área de saneamento, destacou os problemas ocorridos pela falta de recursos dentre da área, como a questão de energia, de perdas de água tratada.
O presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Cbic, Dionyzio Klavdianos, apresentou as sugestões da entidade sobre o BIM; a Norma de Desempenho, e o Roadmap, para dar uma visão do setor da construção.
“Temos um grande interesse em trabalhar apoiando a construção civil como um todo, mercado imobiliário e infraestrutura, com melhor custo e maior tecnologia. O que ainda não está claro no programa, vamos procurar detalhar para que elas apareçam mais claramente”, concluiu o representante da Finep.