Terrenos colocados à venda pelo GDF estão encalhados há dois anos – Portal Metrópoles

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Saulo Araújo
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Em dezembro de 2015, o Governo do Distrito Federal conseguiu autorização da Câmara Legislativa para vender 28 terrenos públicos. A medida deveria render aos cofres públicos cerca de R$ 520 milhões, recurso que traria um pequeno alívio ao erário.

Porém, quase um ano e 10 meses após ter colocado os imóveis na praça, o Palácio do Buriti só conseguiu comercializar cinco unidades, o que representou um incremento de receita da ordem de R$ 95,6 milhões, valor bem abaixo da arrecadação prevista.

Os cinco terrenos vendidos até agora pelo GDF ficam nos seguintes endereços: Quadra 38, AE 3, Setor M Norte, Taguatinga Norte (R$ 27,2 milhões); L Norte, AE 3, Centro Cultural, Taguatinga Norte (R$ 11,3 milhões); Quadra 201, Conjunto 7, Lote 6, Samambaia Norte (R$ 6,8 milhões); Quadra 28, Área Especial, Ceilândia Norte (R$ 21,4 milhões); e SHIS, QI 5, Lote F, Lago Sul (R$ 28,9 milhões).

Os outros 23 lotes encalhados estão em áreas como Lago Sul, Setor Sudoeste, Águas Claras, Gama, Guará, Jardim Botânico, Taguatinga, Samambaia e Ceilândia. A ideia do governo é usar a maior parte dos recursos arrecadados para fazer frente ao pagamento de despesas nas áreas de saúde e educação.

Uma parte menor será destinada à quitação de restos a pagar e despesas de exercícios anteriores regularmente reconhecidos e inscritos na contabilidade do governo. Ou seja, trata-se de recurso extraordinário para honrar dívidas com empresas terceirizadas e prestadores de serviço.

Crise afugenta empresários

O desinteresse de empresários da cidade nos espaços ofertados pelo GDF é explicado pela fase conservadora pela qual atravessa o mercado imobiliário.

Para o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Paulo Muniz, o pouco apetite dos empresários da cidade é reflexo da crise econômica no país, que gera insegurança na aposta em grandes investimentos. “Temos um grave problema na economia no Brasil, que prejudica essa vocação comercial”, pontua.

Apesar de integrarem o patrimônio do Distrito Federal, quem negocia as glebas é a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), por ter expertise no ramo.

A título de taxa administrativa, a empresa pública tem remuneração de 2,5% a 5% do valor líquido das comercializações. Somados, os terrenos ocupam área de 119.766,69 metros quadrados, distribuídos em 13 regiões administrativas.

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Recuperação do setor construtivo

O Executivo local manifestou-se por meio de nota e também colocou na conta da crise a tímida procura que mantém encalhados 23 terrenos.

“A baixa procura se deve basicamente à crise econômica do país e à recessão dos últimos três anos, que atingiu não só o Brasil como sua capital. O mercado imobiliário está retraído", diz trecho de nota enviada pelo GDF.

Apesar do diagnóstico, os governistas apostam em uma retomada a médio prazo. “Nas últimas semanas, começou uma recuperação da construção civil, que, certamente, terá reflexos na compra e venda de imóveis, inclusive de terrenos”, acredita o governo.

 

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