Assessoria de Comunicação da Cbic
O potencial transformador do BIM (Building Information Modeling) a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) deseja apresentar às associadas realizando road show, em dez capitais até o fim do ano. “O nosso objetivo não é pequeno. Queremos que ao final do evento vocês realmente saiam muito bem encaminhados para algum tipo de ação em BIM. Hoje, o BIM é uma realidade para a empresa que queira desenvolver um trabalho dentro da boa técnica e de forma correta e com alta produtividade”, disse o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat), Dionyzio Antonio Klavdianos, na abertura do primeiro Workshop Implementação Bim realizado, ontem (23), na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG)
Promovido pela Cbic, por meio da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat), e pelo Senai Nacional, com realização pelo Sindicato da Construção de Minas Gerais (Sinduscon-MG), o workshop BIM contou com a participação de lideranças empresariais de entidades associadas, sindicatos da construção e especialistas. “A nossa função aqui não é falar de teoria, nós vamos mostrar a prática e vocês vão sair daqui hoje com um caminho para a empresa que quiser fazer uma implementação do BIM sem grandes malabarismos.”, ressaltou o líder do Projeto de Disseminação do BIM, Paulo Rogério Luongo Sanches. O Workshop Implementação do BIM tem como objetivo democratizar o conhecimento sobre o tema e dar subsídio à implementação da metodologia nas empresas.
Para o vice-presidente da Área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente do Sinduscon-MG, Eduardo Henrique Moreira, o BIM traz vantagens expressivas no processo construtivo. “O BIM tem potencial para trazer resultados expressivos não só do ponto de vista técnico, mas também traz resultados de sustentabilidade e redução de custos, redução de retrabalhos, ordena a logística de todo o processo de construção e viabiliza o cumprimento dos prazos.”
O BIM é um conjunto de processos e tecnologias baseadas em objetos 3D que, combinados, geram uma metodologia aplicável a todo o ciclo de vida de um empreendimento, desde a concepção de uma ideia de edificação ou instalação passando pelo desenvolvimento do projeto, construção, uso, operação e manutenção.
Durante o trabalho de capacitação, o consultor da Cbic para BIM, Rogério Suzuki, apresentou de forma didática, objetiva e clara os mais diversos usos do BIM que, segundo ele, chegam a um total de 150 possibilidades. “Você pode ensaiar a obra no computador, porque você consegue simular os eventos, ensaiar a ordem de execução, validar prazo e sincronizar o trabalho com toda a equipe no canteiro. Quando eu chego no canteiro a minha equipe já sabe como, quando eu quero que faça e por onde”, pontuou.
Ciente dos resultados expressivos dos processos BIM, a Cbic, no ano passado, tornou disponível ao setor produtivo a “Coletânea Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras (http://cbic.org.br/bim/), lançada no âmbito Comat/Cbic. Assinada por Wilton Silva Catelani, a publicação sobre o Building Information Modeling (BIM) é um passo a passo completo para adesão à modelagem.
Coube a Rogério Suzuki uma apresentação detalhada e didática da Coletânea de Guias BIM da Cbic. O documento está dividido em cinco volumes – Fundamentos BIM, Implementação BIM, Colaboração e Integração BIM, Fluxos de Trabalho BIM e Formas de Contratação BIM. A documentação foi precedida da publicação 10 Motivos para evoluir com o BIM. Essas ações estão contidas no projeto de disseminação do BIM, iniciativa Cbic/Senai Nacional.
Na ocasião, houve a oportunidade de entender de forma prática as vantagens da utilização dos processos BIM na cadeia da construção civil. Os participantes puderam levantar dúvidas, trocar experiências e ainda a oportunidade de conhecer os exemplos exitosos de modelagem em 3D de projetos BIM. A eles foi distribuído um questionário destinado a avaliar a realidade do mercado da construção. A tabulação dos resultados será medida pela Cbic. Estudos apontam, segundo Suzuki, que 70% dos empreendimentos na Europa estouram os prazos e 73% estouram os custos. “Estourar prazo e custos não é a realidade brasileira é a realidade mundial”, disse o consultor. Os processos BIM têm potencial para mudar isso.
Investir para ter retorno
Com o objetivo de trocar experiências bem sucedidas de empresas do segmento, o consultor Paulo Sanches apresentou o trabalho da Sinco Engenharia, empresa construtora a que representa e há pelo menos cinco anos utiliza o BIM. Segundo ele, o processo de quantificação contido no memorial descritivo utilizando o processo BIM no empreendimento permitiu que a empresa começasse a ter retorno financeiro. “A questão da quantidade parece uma coisa fácil, mas na hora que o meu departamento ia comprar ninguém sabia a quantidade correta necessária e hoje só tem uma quantidade, que é a quantidade que eu vou precisar, a do modelo BIM. Os resultados foram muito positivos porque o empresário não vai investir numa tecnologia, se ele não tiver o retorno financeiro”, explicou.
O consultor da Quattro G, Rodrigo Girardi, representante da área prestadora de serviços especializados em modelagem, em sua apresentação dividiu em cinco etapas a contratação da modelagem BIM pelas construtoras.
• Definir as disciplinas necessárias para a construção;
• Definir as demanda construtivas identificando como o modelo BIM 3D deve ser criado, considerando processos construtivos, planejamento e orçamento;
• Definir o cronograma de entregas e etapas de revisão considerando a definição dos entregáveis da modelagem e revisão do modelo;
• Definir o processo de entregáveis;
• Selecionar ferramentas para manipulação do BIM. Para isso, o consultor sugere que se inicie o processo com ferramentas de visualização disponíveis no mercado;
A Cbic está divulgando em roadshow pelo país a experiência de mais de vinte empresas especializadas nos serviços de modelagem em BIM.
Nos últimos meses, a Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) construiu uma rede de relacionamento com as empresas desenvolvedoras de software em BIM no país para que fosse realizado o treinamento das entidades associadas. Segundo o presidente da Comat, Dionyzio Antonio Klavdianos, todos os profissionais que irão percorrer o país levando capacitação aos profissionais da construção passaram por um rigoroso processo de avaliação e estão credenciados para parcerias futuras com os sindicatos, associações e empresas interessadas.
As empresas desenvolvedoras apresentaram na prática como o BIM pode ser implementado. Participaram do roadshow o consultor de vendas da TRIMBLE, Wesley Andrade; o diretor da Brasil GRAPHISOFT, Miguel Krippahl; o diretor da CAD TECHNOLOGY, David Oliveira; o especialista em vendas Técnicas da Autodesk, Ricardo Cardial e o consultor de Modelagem de design da Bentley System, Rodolfo Guilherme.
Especialistas e empresários, que acompanham o desenvolvimento de projetos com a utilização do BIM, entendem que o BIM tem rompido paradigmas de produtividade, elevando o patamar de precisão e confiabilidade dos projetos. O consultor BIM/Cbic, Rogério Suzuki, disse que o uso do BIM está em franco avanço no país e que grandes players já estão exigindo edital em modelagem BIM. “A mudança vai ocorrer quando você entender que precisa mudar e todo mundo começará a mudar e deixar de perder dinheiro”, destacou Suzuki, ressaltando que as empresas menores são as mais rápidas em promover mudanças. O próximo roadshow em BIM será realizado em Recife, na segunda-feira (27/03).
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