Com apoio da Cbic, Building Information Modelin (BIM) avança no Brasil

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Assessoria de Comunicação da Cbic

Diante do esforço da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), o Building Information Modeling (BIM), considerado uma revolução no setor, avança nos empreendimentos privados e também nas obras públicas. Na semana passada, durante o 89º Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil (Enic), em Brasília, o governo federal sinalizou que deve transformar em política pública a implementação do BIM, tecnologia usada principalmente para reduzir custo e tempo de obra e que também serve como ferramenta de combate à corrupção. 

Líder do projeto de Disseminação do BIM da Cbic e empresário do setor, Paulo Sanchez lembra que o primeiro contato com esse modelo foi em 2006. “Parecia algo de outro mundo, mas em outros países, como os Estados Unidos (EUA), isso já estava muito forte”, contou, ao mostrar a “linha do tempo” dessa tecnologia no Brasil. Alguns anos depois, representantes da construção civil foram ao exterior, como Alemanha, Reino Unido, Japão e EUA, em missões técnicas e aprenderam ainda mais sobre BIM. As parcerias internacionais são fundamentais para a expansão do Building Information Modeling no Brasil. 

Um novo marco nesse processo de evolução do modelo está prestes a acontecer. Segundo o secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial, Igor Nogueira Calvet, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), o presidente Michel Temer deve criar nas próximas semanas um grupo interministerial para preparar a estratégia de implementação do BIM nos empreendimentos governamentais. A ideia é “elevar a produtividade e melhorar a transparência nas obras públicas”, disse Calvet, que participou do Enic.

O deputado Júlio Lopes (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar Defesa da Utilização por Órgãos Governamentais da Tecnologia de Modelagem de Informação da Construção – BIM, acredita que esse modelo “pode nos surpreender, ser empregado e virar usual no Brasil muito antes do que podemos pressupor”.

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O presidente da Cbic, José Carlos Martins, frisou que a disseminação do BIM é um de seus assuntos prioritários. Por isso, o projeto comandado por Sanchez atua tanto no setor privado, por exemplo, promovendo roadshows, quanto no setor público, com conversas para que as licitações passem a exigir o BIM. “Ele tem que entrar no pacote de reformas do governo. No médio e curto prazo, podemos começar a ter resultados, principalmente no aspecto de transparência”, acrescentou Martins.
 
Disseminação do BIM – Em relação ao início da “linha do tempo” do BIM no Brasil, Sanchez destaca avanços, como projetos da Prefeitura de São Paulo e do governo do Estado de Santa Catarina que exigem o uso do modelo. Para o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Cbic, Dionyzio Klavdianos, o BIM passou a ter posição de destaque no cenário para a construção civil especialmente por causa “do trabalho que a Cbic está fazendo para desenvolver esse processo”.
 
O modelo BIM vem se consolidando no mercado e substituindo o programa de desenho AutoCad, aquele que marcou o fim da era de projetos a mão e traz impactos significamente maiores. “Se uma empresa não inovar, fica atrasada em relação à concorrência e perde a sua capacidade de negócios ou diminui a sua relevância”, observou o presidente da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC), Ricardo Platt.
 
Na América Latina, o Chile é o país mais avançado nesse tema no ambiente governamental. O governo chileno já lançou um plano para implementação do BIM gradualmente nas licitações públicas. Construtoras e até escritórios de arquitetura já estão usando o modelo, visando melhores resultados. O gerente Geral de Desenvolvimento Tecnológico da Câmara Chilena da Construção, Juan Carlos Leon, alertou que a produtividade média lá é metade da registrada nos Estados Unidos e, por isso, ainda são necessários avanços. “Isso não é tema só de pessoal, mas também de gestão. Nós damos as condições de que nossos trabalhadores sejam menos eficientes”, explica.
 
Ainda no contexto internacional, o Reino Unido é visto como uma das regiões onde o BIM é mais usado. O modelo é adotado em grandes obras de infraestrutura e também em projetos menores, como escolas e hospitais, frisou secretário do BIM Task Group da União Européia, Adam Matthews. “Os benefícios são para todos os setores. Há uma redução de 70% nas reclamações de cidadãos quando a construção usou BIM. Não estamos falando apenas sobre economizar dinheiro. Estamos falando sobre melhores serviços para a população”, defendeu Matthews.
 
Ele contou ainda que, inicialmente, as empresas do Reino Unido resistiam a se adequar ao BIM. A mudança, então, foi impulsionada por ações do governo, quando passava por um período de austeridade fiscal. Dessa forma, a região aumentou a produtividade. “O BIM é inevitável para o setor de construção civil”, previu.
 
Essa tecnologia permite visualizar o projeto no formato 3D, ensaiar a obra no computador, realizar simulações, identificar possíveis problemas previamente, dentre outras vantagens. Para saber mais sobre o modelo, a Cbic produziu o informativo “10 Motivos para Evoluir com o BIM” além de um guia orientativo para implementação. 
 
Uma companhia que tiver interesse em iniciar um projeto piloto na modelagem, atualmente, não precisa criar um departamento exclusivo para adotar a tecnologia, pois ela pode terceirizar esse trabalho. Um levantamento da Cbic mostra que no Brasil há mais de 20 empresas especializadas em modelagem o que permite as construtoras e incorporadoras a começarem a usufruir de partes dos benefícios da metodologia, imediatamente.
 
Representantes das três maiores companhias desenvolvedoras de softwares para BIM estiveram num dos painéis do Enic, na semana passada. O diretor geral da Graphisoft Brasil, Miguel Krippahl, a diretora de Novos Negócios da Trimble, Fátima Gonçalves, e o gerente Técnico de Contas da Autodesk, Fabio Gomes, debateram o modelo com empresários do ramo de construção civil e apresentaram a tecnologia, reduzindo o distanciamento entre os fornecedores e os empresários.
 
A Cbic entende que em breve, diante das vantagens do BIM, migrar para esse modelo deixará de ser uma opção e passará a ser condição compulsória para a empresa atuar na construção civil. “BIM é gestão. As empresas que já usam estão dentro ou até abaixo dos gastos e dos custos originalmente previstos. E, para o governo, representa aumento da transparência”, explicou Sanchez.
 
Este painel da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) durante o 89°Enic é uma realização da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) que conta com a correalização do Senai Nacional.

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