Dirceu Neto
Revista Construção Mercado
Entre 2010 e 2012, a cidade de Brasília viveu um boom de lançamentos imobiliários. Somente no ano de 2010, por exemplo, foram 17,2 mil unidades lançadas. Com a grande quantidade de oferta, as empresas reduziram os lançamentos na tentativa de conter a alta dos estoques e depreciação dos preços. Isso fez com que o setor reagisse e, desde 2014, caminha em direção ao equilíbrio, mesmo em época de cenário macroeconômico desfavorável, no qual outras praças sofrem para estabilizar a balança entre oferta e demanda.
"Já estivemos piores. Nos últimos anos fizemos poucos lançamentos e mantivemos um número de vendas constante, o que significa que reduzimos estoque. Isso possibilitou que os preços parassem de cair e dá margem para o nosso mercado no curto e médio prazo começar a ter elevação no preço", analisa Adalberto Junior, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Distrito Federal (Sinduscon-DF).
O Índice de Velocidade de Vendas (IVV) do Setor Imobiliário do Distrito Federal mais recente (abril) está em 4,9%, superando em 0,5 ponto porcentual o desempenho do mesmo mês em 2015. Foram 198 unidades vendidas em abril deste ano, contra 181 imóveis negociados no ano passado. No entanto, em março, esse número foi de 240 unidades e, em fevereiro, de 242. Ou seja, o índice vem caindo há dois meses, de acordo com a pesquisa realizada pelo Sinduscon-DF em parceria com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF).
No último Feirão da Caixa, realizado em maio na capital federal, houve também uma ligeira queda na quantidade de negócios realizados. Neste ano, foram 1.407 contratos fechados ou em andamento, o que gerou um volume de cerca de R$ 220 milhões. Já em 2015, aproximadamente 20 mil pessoas passaram pelo local, onde foram negociados mais de R$ 277 milhões. Ao todo, foram 1.854 contratos fechados.