Diante de nova queda do PIB, setor da construção quer mais investimentos e menos gasto público

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Assessoria de Comunicação da Cbic

Resultado do Produto Interno Brasileiro (PIB) divulgado pelo IBGE na última sexta-feira (28/08) confirma avaliação interna dos empresários da construção: um dos segmentos mais prejudicados pela combinação de uma política econômica equivocada com a alta da inflação, o setor está à beira de um colapso. “Nós teremos de rever nossos números para baixo novamente. Como o Brasil piora a cada mês, até o fim do ano a construção deve cair mais que os 8,4% anunciados hoje, se não houver uma mudança forte na política econômica”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Ele anuncia que o setor vai coletar assinaturas e apresentar projeto de lei de iniciativa popular estabelecendo a adoção de limites mais rigorosos para o gasto público, de forma a abrir espaço para a retomada dos investimentos.

Para o presidente da Cbic, o momento nacional exige mudança profunda na política de gastos do governo e a inversão do receituário anticrise. “Em 40 anos nesse setor, nunca vi uma crise igual. É urgente a mudança no modelo”, frisa. “Ontem saiu o resultado das contas públicas. A arrecadação novamente despencou. Está claro que o formato de aumentar impostos e reduzir investimentos não está funcionando. Aumentar impostos e diminuir investimentos não é o caminho”, afirma. Segundo Martins, há consenso no setor da necessidade de medidas que estimulem o investimento e restabeleçam a confiança do empresariado. Sem isso, avalia, não haverá reação da economia.

Nos últimos meses, a Cbic tem representado a indústria da construção no diálogo com o governo federal na busca por solução para os gargalos que empurram para baixo o seu desempenho. Mantendo sua tradição, a entidade tem apresentado em alternativas que atendam à necessidade reconhecida de um ajuste fiscal, garantindo, porém, espaço para o restabelecimento da atividade econômica. Em meados de agosto, as entidades associadas uniram-se na publicação de manifesto defendendo a retomada dos investimentos e ações que tornem possível uma retomada da economia. É grande a expectativa por uma maior concorrência nos projetos do programa de concessões, de que as empresas da construção planejam e estão se preparando para participar.

Segundo o IBGE, a indústria da construção registrou queda de 8,4% no segundo trimestre. Os números reforçam o pessimismo do setor, que sofre impacto negativo de um conjunto de fatores como a freada brusca nos investimentos, o atraso nos pagamentos de obras contratadas e executadas para o governo federal, o aumento de impostos e a escalada da inflação. A deterioração continuada do cenário deve levar à perda de 500 mil postos de trabalho em 2015, uma das principais preocupa- ções dos empresários. “O maior prejudicado não é o construtor, mas sim o investimento e o emprego na construção”, alerta Martins, vocalizando a percepção de seus pares. “São 500 mil famílias que perderão seu sustento nesse ano”.

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