310 mil vagas fechadas no setor – Correio Braziliense

O setor de construção civil demitiu 310 mil trabalhadores desde outubro do ano passado, devido aos atrasos nos pagamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida. De acordo como presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, as empresas estão descapitalizadas desde que o governo começou a descumprir os desembolsos previstos pelos contratos, de dois em dois dias. Sem capital de giro, segundo ele, têm construtoras que não conseguem nem pagar impostos. Martins prevê que, se o quadro for mantido, até o fim do ano, mais 500 mil postos serão fechados no segmento.

As perspectivas para o setor, segundo Martins, não são nada animadoras. "É pouco provável que o quadro mude, pois se o país não cumprir o ajuste fiscal, vai ter a nota rebaixadas pelas agências de risco". Um rebaixamento do rating brasileiro significaria aumento da desconfiança internacional, menos recursos e piora nas condições de financiamentos externos. Apesar de ter a retomada do crescimento como meta, o governo, segundo o presidente da Cbic, trate mal o setor de construção, que responde por 50% dos investimentos no país.

De acordo com a Cbic, as empresas têm R$ 1,6 bilhão do MCMV para receber e os atrasos já atingem 60 dias, em alguns casos. Uma nova reunião de empresários está marcada para 30 de junho para debater as propostas do governo.