Indústria da construção fecha 1.300 vagas a cada oito dias no DF – Fato Online

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Mais de 30 mil pessoas perderam o emprego nos últimos dois anos. O declínio do mercado imobiliário e a demora do poder público ao aprovar projetos são as causas
 
Beatriz Ferrarit
 
A indústria da construção civil no Distrito Federal mandou 30 mil trabalhadores diretos embora em dois anos. Atualmente, o setor emprega 60 mil pessoas e caminha rapidamente para um índice bem mais baixo: 40 mil, segundo as estimativas do Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção). A velocidade da derrocada é estimada pelo setor em 1.300 postos de trabalho a cada oito dias.
 
São engenheiros, pedreiros, mestres de obras, eletricistas e demais postos de trabalho diretamente ligados à construção que estão perdendo seus empregos e não estão encontrando reposição de vagas. Setores indiretamente ligados à construção também sofrem, como o comércio. A venda de concreto caiu 30% no DF desde novembro, contra uma média nacional que vai de 15% a 20%.
 
O Sinduscon avalia que há duas razões para o fechamento das vagas. A primeira é a desaceleração do mercado imobiliário na capital, que teve um boom e agora vive o seu pior momento em duas décadas. Além de o mercado ter caminhado naturalmente para um equilíbrio, as obras públicas também secaram, frente à escassez de recursos nos caixas dos governos tanto federal como distrital.
 
A outra é a paralisação do poder público na aprovação de projetos e emissão de habite-se. “Neste ano, não temos nem 10 projetos aprovados. Já tivemos anos com 130. Há obras com quatro anos que não têm habite-se ainda. Se não tem habite-se, não há reposição de capital para as empresas”, justifica o presidente do Sinduscon, Luiz Carlos Botelho.
 
Em abril, a Controladoria-Geral do DF divulgou um relatório denunciando a completa falta de padrões na aprovação de projetos e emissão de habite-se no DF. 
 
Para melhorar a situação, foi criada, em fevereiro, a CAP (Central de Aprovação de Projetos), ligada à Segeth (Secretaria de Gestão Territorial e Habitação). A CAP coletou 2.155 processos em todas as regiões administrativas do DF e tem 180 dias para analisá-las. 
 
Segundo seu coordenador, Alberto de Faria, o procedimento está sendo uniformizado. “Antes, cada administração regional era uma cidadezinha dentro do DF, usando sua maneira de interpretar as regras. Tínhamos uma atividade descentralizada. Cada região fazia da maneira que achava correto, e isso permitiu vários alvarás em desacordo com código de obras”, disse. 

 

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