2015, Um ano de desafios, por Luiz Carlos Botelho Ferreira – Presidente do Sinduscon-DF

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Artigo publicado pelo Correio Braziliense no dia 03/02/2015

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Iniciamos 2015 com um sentimento de grande apreensão e expectativa. No plano nacional, em função da composição do segundo governo Dilma e das mudanças anunciadas na economia, com a adoção de um plano de ajuste fiscal para conter a inflação e permitir a retomada do crescimento. E, no plano local, com a eleição de um novo governo para o Distrito Federal.
 
O nosso setor, responsável pela geração de 90 mil empregos no DF, costuma refletir fielmente o desempenho da economia nacional. Se a economia vai bem, como aconteceu durante os anos do Governo Lula, a construção se torna uma poderosa alavanca do desenvolvimento. Se entramos em período de baixo crescimento, ou estagnação, a escassez de recursos – públicos e privados – compromete o lançamento de novos empreendimentos. 
 
São projetos imobiliários que deixam de ser lançados e obras de infraestrutura condenadas ao esquecimento pelos governos, nos diversos níveis. Aqui no Distrito Federal, os efeitos do baixo crescimento econômico foram amenizados, em parte, por obras públicas de grande alcance social, como as do projeto Morar Bem (Paranoá Park, Mangueiral e Riacho Fundo II – IV Etapa). Não podemos deixar de mencionar as pequenas obras em andamento, como a construção de creches e escolas, além das reformas, que são realizadas por pequenas e médias empresas, fundamentais para o desenvolvimento da economia do DF.
 
Mas 2014 foi um ano especialmente difícil para a construção civil e o mercado imobiliário. Com imóveis em estoque, os empresários tiveram dificuldade para colocar seus produtos no mercado, em função da queda de poder aquisitivo dos consumidores. Esperamos, agora, que 2015 seja um ano de ajustes e de recuperação do mercado, com o crescimento lento, gradual e seguro das vendas.
 
Como resultado positivo, teremos um mercado imobiliário menos especulativo e mais confiável. Os consumidores, prudentes, optarão por adquirir unidades habitacionais que tenham o tamanho exato de seus orçamentos domésticos. E as empresas de construção e incorporação aqui do DF voltarão a assumir um papel de protagonismo no mercado em expansão.  
 
Em tempos de mudança, os empresários da construção esperam que o governador eleito, Rodrigo Rollemberg, torne mais ágil e menos burocrático o processo de aprovação de projetos pelo GDF. À semelhança de outras capitais, como Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Fortaleza, também aqui devemos adotar um modelo de análise centralizado e informatizado, que reduza consideravelmente os prazos para a liberação de obras e para a concessão de alvarás e habite-se. Precisamos mudar a cultura que predomina hoje no serviço público local.
 
Como se vê, os desafios do ano novo são muitos. O Governo do Distrito Federal mal assumiu e já enfrenta uma crise financeira sem precedentes, herdada da gestão anterior. Além de promover a reforma administrativa, para equilibrar as contas públicas e garantir o cumprimento dos contratos e o pagamento regular dos salários, o novo governador terá que anunciar algumas obras de impacto, prometidas ao longo da campanha. As mais importantes vão beneficiar as áreas de transporte e mobilidade urbana, como a construção do túnel de Taguatinga e do chamado BRT Norte, que vai ligar o Plano Piloto a Sobradinho e Planaltina. 
 
Outra intervenção importante será o projeto Águas do DF, de contenção de águas pluviais, que prevê a construção de barragens e outras obras de retardo em toda a Área de Preservação Ambiental (APA) do Paranoá. O objetivo é livrar o Plano Piloto de Brasília do impacto provocado pelas chuvas e pelo uso pouco racional dos rios e córregos que cortam a região. 
 
Por último, acreditamos que o governador eleito irá propor uma mudança no eixo de desenvolvimento do Distrito Federal. A construção do novo Centro Administrativo, localizado entre Taguatinga e Ceilândia, já contribuirá para reverter o fluxo de veículos e de pessoas que se deslocam diariamente para o trabalho no Plano Piloto. Mas, para fixar o homem naturalmente ao seu habitat, será preciso oferecer, além de serviços públicos de qualidade, boas alternativas de trabalho e renda para a população das cidades do DF e do Entorno.
 
O Sinduscon-DF recepcionou a carência de prazo, até fevereiro de 2015, para a previsibilidade nas ações que dizem respeito aos pagamentos em atraso. Estamos atentos e iremos acompanhar todo o processo. Nosso governo está ativo. A retomada dos trabalhos é fundamental! Acreditamos que o governador terá sucesso na equalização das dificuldades atuais, principalmente no que diz respeito aos atrasos salariais e ao custeio da máquina pública. 
 
 

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