Construção civil debate gestão da água no Brasil

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Assessoria de Comunicação do 8º Fórum Mundial da Água

Ampliar a gestão sustentável de recursos hídricos nas cidades para reduzir o impacto ambiental ainda é um desafio para o Brasil. E na construção civil, que é um dos maiores consumidores de água no país, essa questão ganha cada vez mais espaço. O tema pautou o debate "A indústria da construção e parcerias estratégicas: cumprimento das metas em torno das mudanças climáticas e oportunidades de negócios em torno de sustentabilidade", realizado na última sexta-feira (26), durante o 89ª Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Brasília.

A utilização da água em meio urbano também é um dos temas de destaque no 8º Fórum Mundial de Águas. Durante o debate, o consultor do fórum, Glauco Kimura, apresentou o evento (que será realizado em Brasília, em março de 2018) e ressaltou a importância da cooperação entre as cidades para mudar o quadro da gestão hídrica no Brasil e promover o crescimento econômico e sustentável. Ele também alertou para a necessidade de racionalizar a utilização da água no setor da indústria da construção civil e a importância do intercâmbio de boas práticas em gestão de recursos hídricos.

Para se ter uma ideia, a construção civil em áreas urbanizadas chega a utilizar 50 por cento de água potável, conforme o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS). Com o uso de fontes alternativas de água em substituição à água potável, é possível reduzir a quantidade total consumida em até 40 por cento. “Algumas empresas já estão começando a valorizar fontes de água além dos muros das fábricas e fazendo readequações para reduzir o uso da água ao longo do processo produtivo”, afirmou Kimura.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CMA/CBIC), Nilson Sarti, afirmou que a gestão de recursos hídricos é uma preocupação atual do setor. “O brasileiro achava que a água era sempre em abundância e observamos ultimamente várias crises hídricas no país”, observou. “Temos que tratar esse assunto, não só para que existam novas fontes, mas também para conservar e reduzir de maneira drástica o desperdício de água”, concluiu.

Para o professor da Universidade de São Paulo (USP), Orestes Gonçalves, a conservação da água representa também a reutilização, a experiência dos setores, a redução de riscos à saúde e o compartilhamento das responsabilidades – que vai dos profissionais que atuam na área aos usuários. “Para ter manutenção tem que ter uma boa gestão e essa é uma questão fundamental porque, acima de tudo, a água é saúde”, falou.

Já Silvio Barros, ex-prefeito de Maringá (PR) e coordenador do projeto “O Futuro da Minha Cidade”, defende que as construções sustentáveis e a mobilização das comunidades locais são diferenciais para reduzir os impactos das mudanças que vêm ocorrendo nas cidades.

Sobre o evento

A 89ª edição do Enic ocorreu entre os dias 24 e 26 de maio e reuniu empresários e representantes da construção civil de todo Brasil. O objetivo foi criar novas formas de transpor os desafios do mercado e da economia, trazendo como tema “Superação é nossa maior obra”. Palestras e debates apontaram as ações do setor para os próximos anos. O encontro foi promovido pela Cbic e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF).

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