Conheça os instrutores do Senai-DF que trabalham com o reparo de ventiladores pulmonares

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Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra

Entre fios, tomadas, interruptores e quadros de distribuição. Assim era o dia a dia de Fernando Furtado (foto), de 23 anos, na escola de Taguatinga do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Instrutor de cursos da área de Eletroeletrônica, ele é um dos 12 que auxiliam no reparo de ventiladores pulmonares da rede pública de saúde.

Antes acostumado aos quadros de comando do Bloco E, desde abril Fernando trabalha no Bloco D, dedicado a cursos da área automotiva. Lá, carros e elevadores deram lugar a uma estrutura dedicada ao conserto dos equipamentos hospitalares.

“Todo dia é um desafio, a gente tem que ler manuais e pesquisar. Cada aparelho tem um circuito de testagem, uma célula, um conector, um componente diferente”, conta o instrutor, que é técnico em Eletrônica e em Eletrotécnica. Popularmente conhecidos como respiradores, os aparelhos são responsáveis por desempenhar a função do sistema respiratório de uma pessoa, tornando-se fundamentais no tratamento de pacientes com a covid-19.

Os primeiros ventiladores chegaram no Senai-DF em abril, quando também foi assinado o acordo para reparo. Cada aparelho passa por limpeza e desinfecção, diagnóstico, identificação de falhas, manutenção, testes de funcionamento e por calibrações, que certificam se o equipamento hospitalar está apto para o uso.

Quando Furtado foi chamado para compor a equipe de instrutores que trabalhariam na ação, seu pai, de 72 anos, recebia alta da unidade de terapia intensiva após contrair a covid-19. “Fiquei espantado e alegre ao mesmo tempo. Equipamento biomédico é outra área, mas há componentes conhecidos e, com o amparo do Departamento Nacional do Senai e de parceiros, nós já conseguimos dominar algumas marcas desses equipamentos. Hoje, meu foco é a manutenção das placas eletrônicas.”

Equipe técnica multidisciplinar

Além de Furtado, outros 11 instrutores do Senai-DF fazem parte da equipe que trabalha com o reparo dos ventiladores pulmonares. Emerson Berger, de 45 anos, é um deles e também dá aulas para turmas da área de Eletroeletrônica.

“Quando a doença começou a chegar no Brasil, eu sabia que meu trabalho iria mudar de repente. Quando fui chamado para a equipe, prontamente disse que seria uma satisfação participar; estou disposto a aprender e tenho orgulho em falar que estou neste projeto”, conta Berger, que está há oito anos na instituição.

Técnico em Eletrotécnica, ele atua em praticamente todas as etapas do trabalho. “Dou suporte à parte de eletrotécnica e eletromecânica, mas não estou limitado a isso, também auxilio na montagem, na desmontagem, no diagnóstico e no conserto dos equipamentos”, disse, enquanto apontava para os ventiladores pulmonares sobre a mesa. “Em alguns equipamentos, com 30 minutos a gente faz o pré-diagnóstico. Neste em que estou trabalhando agora, já estamos nele há três dias.”

A equipe, com profissionais de diversas áreas, é coordenada por Eliséia Tavares, mais conhecida como Lili. Especialista em Administração, Supervisão e Orientação Educacional, ela está há 27 anos no Senai-DF e foi a responsável pela escolha dos integrantes e da área para montagem do local de trabalho, com base em pré-requisitos do Departamento Nacional do Senai.

“Para montar a infraestrutura necessária, o departamento enviou um fluxo de trabalho e, a partir dele, nós pensamos a estrutura que temos hoje. Temos uma área com montagem nível WorldSkills”, conta Eliséia, em referência à maior competição de educação profissional do mundo, realizada a cada dois anos. No Senai-DF, ela é coordenadora regional da competição.

Além de instrutores do Senai, o reparo de ventiladores pulmonares conta ainda com a colaboração de um professor do curso Técnico em Equipamentos Biomédicos do Instituto Federal de Brasília (IFB), de um professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) e de dois técnicos de Engenharia de Manutenção da concessionária de Brasília da Mercedes-Benz, além do Sindicato das Indústrias Fabricantes e de Reparação e Manutenção de Máquinas, Aparelhos e Equipamentos Industriais, Elétricos e Eletrônicos (Sindeletro-DF) e da parceria com o movimento Brasília Maior que a Covid-19 (BMC).

O Senai-DF recebeu até 30 de junho 88 ventiladores pulmonares. Sessenta vieram da Secretaria de Saúde do DF e do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), seis foram encaminhados pelo Hospital Regional de Taguatinga, três recebidos do Ministério da Defesa, três são do Instituto Hospital de Base, dois do Hospital de Força Aérea de Brasília, sete do Hospital Regional de Samambaia, seis do Instituto de Cardiologia de Brasília e um do Hospital Naval de Brasília. Do total, 21 foram reparados e calibrados, dois aguardam calibração, 50 aguardam peças, seis estão na fase de desinfecção, três estão na fase de diagnóstico e seis foram enviados para recuperação pelo fabricante.

“Fico muito grata por fazer parte desse projeto. Cada equipamento que a gente coloca para funcionar são vidas que serão salvas. É emocionante ver um equipamento saindo daqui pronto”, finaliza Eliséia.

Conheça os integrantes da equipe:

Coordenadora:

Instrutores:

 

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