Covid-19: Diálogos CBIC reúne cadeia produtiva para pensar o pós-crise

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Agência CBIC

Um importante debate foi realizado nesta sexta-feira (03) com representantes da cadeia produtiva do setor da construção, durante o ‘Diálogos CBIC: cadeia produtiva’, para avaliar como a indústria da construção pode atuar no pós-crise para alavancar a retomada de obras que supram a deficiência de infraestrutura, saneamento e habitação, reforçada neste momento de pandemia do coronavírus (Covid-19), gerando emprego e renda no país.

“Temos que estar unidos para saber como transformar ferramentas em ações efetivas para ajudar o país com soluções corretas, éticas e produtivas”, afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.

A entidade compilará as sugestões da cadeia produtiva no documento que está sendo preparado e será entregue ao governo federal para o enfrentamento da crise. “As propostas devem ter um olhar setorial, com o objetivo final de melhorar a vida das pessoas com a nossa atividade”, enfatizou Martins ao pedir a contribuição da cadeia produtiva.

Problemas que afetam a cadeia produtiva

Enquete realizada durante o debate, promovido pela CBIC, com transmissão pelo YouTube, apontou como problemas que mais afetam o setor: a redução nas vendas, a paralisação de obras, a falta de crédito e de recebimento de faturas.

Também foi manifestada a indignação da cadeia com relação à atuação dos bancos neste momento de crise.

“Os grandes desafios da cadeia produtiva no pós-crise são reduzir custos para oferecer produtos para um mercado menor e com renda reduzida, e ter a clareza da capacidade da construção civil de reagir de forma mais rápida aos investimentos para gerar emprego, mas, principalmente, em razão das carências que vão ficar mais evidentes – habitação, saneamento e infraestrutura”, mencionou o vice-presidente da área de Infraestrutura, Carlos Henrique Passos.

“As cooperativas de compra podem servir como vitrine para difundir as melhores práticas no setor, destacou o vice-presidente da área de Materiais, Tecnologia, Qualidade e de Produtividade da CBIC, Dionyzio Klavdianos.

Confira, a seguir, o que pensa cada um dos membros da cadeia produtiva sobre:

Como está a produção/suprimento tanto pelo aspecto do fornecedor quanto do cliente?

“A cadeia produtiva está bem. Os fornecedores estão indo bem”, Rubens Menin, presidente da MRV

“A cadeia de suprimentos tem sofrido algumas dificuldades. Algumas indústrias têm retraído a sua produção por falta da capacidade de escoamento, já que o segmento de revenda do setor da construção foi fortemente afetado nos primeiros dias de crise”, Manfredo Gouvea Júnior, diretor executivo da Cerâmica Elizabeth e presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer)

“Nossa prioridade sempre foi saúde e segurança. Temos 6.200 funcionários no Brasil e trabalhamos até semana passada com 100% da capacidade, sem nenhum caso de coronavírus entre os trabalhadores. Como o mercado está diminuindo e como o pico do vírus deve ser em abril, sete plantas vão parar de 15 a 30 dias para reduzir o estoque e a planta maior continua. A Siderurgia não vai parar”, Jefferson De Paula, CEO da ArcelorMittal

“Período de adaptação e aprendizado para preservar os empregos”, Sérgio Bautz, CEO da Ciplan Cimentos

“Por ser uma empresa global e ter se antecipado, a cadeia de suprimentos está preparada para evitar a ruptura produtiva e do setor da construção”, Freddy Carrillo, presidente da Sherwin Williams

“Mantendo a operação, de forma reduzida, por que estamos sendo impactados pela demanda”, Marcos Bicudo, CEO Vedacit

“Estoque suficiente para abastecer o mercado. Pesquisa indica que 55% das lojas de varejo estão fechadas e 45% abertas, mas com redução de demanda/venda. Dos 26 estados, 21 estão permitindo o comércio varejista”, Otto Von Sothen, presidente da Tigre

Como estão vendo a crise?

“O setor vinha forte. Temos que trabalhar de forma conjunta para deixar essa cadeia estruturada, com o mínimo de segurança, para depois ir à dianteira quando acabar. A Caixa tem sido uma parceira fundamental nessa hora difícil”, Rubens Menin, presidente da MRV

“Entendemos que o olhar sobre essa crise tem um pilar importante que são as ações de governo anunciadas para a garantia dos empregos e das empresas”, Manfredo Gouvea Júnior, diretor executivo da Cerâmica Elizabeth e presidente da Anfacer

“O problema é o mesmo nos 20 países em que temos plantas industriais, mas as soluções são diferentes”, Jefferson De Paula, CEO da ArcelorMittal

“Período de adaptação e aprendizado”, Sérgio Bautz, CEO da Ciplan Cimentos

“Acreditamos que é temporária e nesse sentido estamos trabalhando para a retomada. A construção é um mercado muito importante”, Freddy Carrillo, presidente da Sherwin Williams

“Priorizando a continuidade das operações e manutenção dos emprego de todos os colaboradores e de olho nos stalkeholders”, Marcos Bicudo, CEO Vedacit

“Preservar empregos e saúde são prioridades . Tem um movimento denominado #nãodemita. Preservar a capacidade de retomada é fundamental”, Otto Von Sothen, presidente da Tigre

Como a cadeia pode ajudar o setor a sair da crise?

“É uma crise mundial. Nos Estados Unidos está mais ou menos igual ao Brasil. Também é considerado um setor de utilidade pública. Os fornecedores ainda estão entregando matéria-prima. Então aqui estamos com 70% a 80% de atividade e nos EUA com cerca de 50% a 60%”, Rubens Menin, presidente da MRV

“Tudo vai depender de um bom diálogo e da união de esforços de toda a cadeia produtiva”, Manfredo Gouvea Júnior, diretor executivo da Cerâmica Elizabeth e presidente da Anfacer

“Apoiando o trabalho seguro, com medidas de proteção aos funcionários e clientes”, Freddy Carrillo, presidente da Sherwin Williams

“Evitando demissões, enquanto o caixa permitir”, Otto Von Sothen, presidente da Tigre

Quais as precauções a serem tomadas para que o setor esteja preparado para a largada no pós-crise?

“As empresas devem poupar capital de giro o máximo possível e o governo deve agilizar crédito amigável, através da Caixa e do BNDES, para que as empresas não percam a estrutura”, Rubens Menin, presidente da MRV

“A saída passa pelo diálogo de toda a cadeia produtiva. O pós-crise será realmente um momento de retomada e a construção civil está pronta. A cadeia de suprimentos não deve ser fortemente afetada”, Manfredo Gouvea Júnior, diretor executivo da Cerâmica Elizabeth e presidente da Anfacer

“Empresas e trabalhadores precisam se adaptar, por um tempo, a uma nova forma de trabalho; o governo deve continuar atuando nas medidas; os bancos precisam agir de forma diferente – o crédito piorou muito para os fornecedores –, e o governo precisa ter forte plano de investimento de infraestrutura no Brasil”, Jefferson De Paula, CEO da ArcelorMittal

“Além de atenção para os projetos de inovação, melhor utilização dos recursos disponíveis, como pavimento rígido de concreto”, Sérgio Bautz, CEO da Ciplan Cimentos

“Foco na qualidade dos produtos. É uma oportunidade de melhorar a logística. Nosso compromisso, como empresa, é tecnologia e continuar capacitando”, Freddy Carrillo, presidente da Sherwin Williams

Veja a íntegra do ‘Diálogos CBIC: Cadeia Produtiva’

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