Agência CBIC
O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 2,2 pontos em agosto, passando para 87,6 pontos, maior nível desde dezembro de 2014 (88,7 pontos). Os dados são da Sondagem da Construção, divulgada nesta terça-feira (27/08) pela Fundação Getulio Vargas (FGV)/ Instituto Brasileiro de Economia (Ibre).
O ICST subiu pelo terceiro mês consecutivo, influenciado tanto pela melhora da situação corrente quanto pelas expectativas do curto prazo. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) avançou 2,5 pontos, para 77,6 pontos, o maior desde fevereiro de 2015 (81,4 pontos).
“A sondagem de agosto mostra que a percepção dominante é de que o ambiente de negócios está mais favorável, tornando os empresários mais confiantes na recuperação do setor. Essa melhora por três meses consecutivos do ICST e seus componentes mostra uma maior consistência do movimento de retomada”, destaca a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo.
Segundo Ana Castelo, no entanto, “os empresários estão menos insatisfeitos, uma vez que o ISA permanece em um patamar que ainda indica atividade baixa. Vale notar que o ritmo de melhora se mostra muito lento, insuficiente para alavancar a economia”.
A contribuição do resultado positivo ISA-CST veio do indicador que mede a percepção sobre a situação atual da carteira de contratos, que avançou 2,3 pontos (75,8 pontos), e do indicador da situação atual dos negócios, que subiu 2,7 pontos (79,6 pontos).
O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 1,9 ponto, passando para 97,9 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (99,1 pontos). Os dois quesitos desse índice contribuíram positivamente para o resultado. O indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 2,7 pontos, para 98,2 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 0,9 ponto, para 97,5 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor variou 0,7 ponto percentual, para 69,6%, alcançando a quinta alta consecutiva. Tanto o NUCI para Máquinas e Equipamentos quanto o NUCI para Mão de Obra subiram 0,2 e 0,8 ponto percentual respectivamente.
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV)
Na avaliação da FGV, em boa parte desses anos de crise setorial, o Programa Minha Casa Minha Vida exerceu um papel fundamental de sustentação da atividade. Os investimentos do programa permitiram que as empresas que operavam com a habitação popular mantivessem um patamar de investimentos que contribuiu para amenizar a retração das demais áreas setoriais.
“Desde o início do ano, com o contingenciamento do orçamento da União, a falta de repasse de recursos tem levado à paralisação de obras, invertendo o quadro em que as empresas que operavam com o programa eram mais confiantes e otimistas. Ou seja, o programa perde cada vez mais sua capacidade para atenuar os efeitos da crise”, diz Ana Maria Castelo.