Agência CBIC
Os rumos do mercado imobiliário nacional e as perspectivas para 2020, após um saldo positivo de recuperação registrado em 2019, foram destaques do programa ‘Secovi Debate’ do dia 18/02. Conduzido pela jornalista Denise Campos de Toledo, os entrevistados foram o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, e o vice-presidente da área imobiliária da entidade e economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.
Durante o programa, foram abordadas questões referentes à recuperação dos lançamentos e das vendas em 2019, tanto em São Paulo quanto no Brasil, à geração de empregos nos canteiros de obras, aos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao crédito imobiliário e às opções de funding, à Reforma Tributária e à estabilidade econômica.
Para o presidente da CBIC, o mercado imobiliário pode manter o ritmo de crescimento observado em 2019, mas chamou atenção para o fato de que 75% do mercado imobiliário do Brasil depende dos recursos do FGTS e, no ano passado, o financiamento da caderneta de poupança cresceu mais de 30%, enquanto que o do FGTS caiu em torno de 10%.
“Como o maior mercado imobiliário está no MCMV, de alguma forma o crescimento fica limitado ao orçamento do FGTS. E essa limitação é fruto do saque do fundo, que era para o consumo alavancar o crescimento”, diz, ressaltando, no entanto, que como resultado da crise, as pessoas estão mais conservadoras nos seus gastos.
“Se a gente não focar que o investimento é a grande locomotiva do crescimento, dificilmente alcançaremos o resultado do ano passado. O setor deve crescer 3%, mas tem que ter cuidado em razão desse aspecto”, menciona Martins, questionando se “o FGTS vai ter fôlego para esse seguir em frente. Em janeiro praticamente não houve contratação por uma questão burocrática”.
Minha Casa, Minha Vida
Sobre o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), Celso Petrucci destacou que os financiamentos já deveriam estar rodando nas faixas 1,5 e 2. “Há um orçamento aprovado para este ano e um recurso de subsídio previsto em orçamento, só que o Ministério da Economia vem soltando esse recurso – para casar com os recursos do FGTS e poder dar o subsídio – a conta-gotas”.
A expectativa é de que diante do novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que sabe que “o País precisa de um programa habitacional de longo prazo, de estado, que seja aderente à economia e a todos os aspectos sociais, a questão se resolva”.
“O governo tem que reconhecer que o MCMV é um programa de sucesso e que já se consolidou no país. É bem estruturado, tem um empresariado especializado, que aprendeu a fazer, inovar e usar tecnologia, e está pronto para fazer o programa com 300 a 400 mil contratações por ano”, diz Petrucci.
Já sobre empregos, Martins destacou que a queda de trabalhadores no país foi maior do que o esperado. “Em novembro do ano passado, o setor tinha 120 mil contratações. Em dezembro, foi negativo de 50 mil. Muito mais do que esperávamos, o que demonstra que a expectativa foi revertida”.
Confira a íntegra do programa, a seguir: