Patrícia Figuerêdo
Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF
O futuro do mercado imobiliário foi tema de audiência pública na tarde desta quinta-feira (7), no Plenário 13, da Ala Alexandre Costa, no Senado Federal. Representantes do setor produtivo estiveram presentes no encontro, que foi presidido pelo senador Hélio José (Pros-DF).
Dando início aos trabalhos, o parlamentar destacou que a ideia da audiência é conhecer mais sobre o tema. “Queremos compreender o que precisamos fazer para que o mercado seja próspero e traga benefícios para a sociedade”, ressaltou.
O atual diretor e ex-presidente do Sinduscon-DF, Julio Peres, foi o primeiro palestrante do dia e trouxe o tema “O futuro do mercado imobiliário no país e a necessidade de desenvolvimento social e econômico”. Com a palavra, ele apresentou um breve histórico do setor no DF, mostrando a evolução de lançamentos e vendas, por meio de um gráfico com dados da Lopes Royal, empresa parceira do sindicato. “O forte crescimento dos lançamentos, entre 2009 e 2011, resultou em parcerias para o segmento, expansão de grandes empresas e investidores especuladores”, destacou.
Ainda em sua palestra, Julio Peres dissertou sobre o cenário atual do DF. Um gráfico comparativo, de 2012 a 2017, mostra uma redução de 77% nas unidades residenciais e comerciais em oferta no período, que passou de 16 mil para os atuais 7,5 mil. “Nossa expectativa para o primeiro semestre de 2018 é de que haja uma oferta de 6 mil unidades”, afirmou. Entretanto, ele reforça que o mercado do DF carece de cerca de 7 mil novas residências ao ano.
Peres também pontuou alguns problemas enfrentados pelo setor, como a insegurança jurídica. “Este assunto, para o incorporador, é sério e precisa ganhar um encaminhamento, com objetivo de garantir tranquilidade ao empresário”, defendeu. Segundo ele, a maioria das causas existentes em relação a distratos, quando ajuizadas, arbitram a devolução de 10% ao consumidor. “É importante salientar que, de impostos federais, temos 6%, além de mais 5% de corretagem, totalizando 11%”, ponderou, destacando que isto coloca em risco as empresas, que são obrigadas a fazerem o pagamento à vista, muitas vezes, diante de um valor que o comprador pagou em diversas parcelas.
“Temos a certeza de que estes anos (2009 a 2017) foram e estão sendo um longo aprendizado. Mas seguimos otimistas, acreditando que vamos continuar gerando moradias, emprego e desenvolvimento para Brasília e para o Brasil”, projetou Julio Peres.
O cenário a nível nacional foi apresentado pelo presidente da Ademi-DF, Paulo Muniz, que também representou o presidente da Fibra, Jamal Bittar. “O mercado se recupera vagarosamente em algumas cidades, porém, deve terminar o ano com uma diminuição dos estoques, o que resultará no desequilíbrio entre oferta e demanda”, destacou. As vendas têm se mantido superiores aos lançamentos, segundo ele.
Muniz acredita que o mercado imobiliário pode ficar limitado apenas aos recursos do FGTS e sugeriu a aplicação da Letra Imobiliária, como um recurso adicional. “Precisamos superar os obstáculos, principalmente na parte financeira, para produzirmos mais e em menos tempo, de modo a atender a demanda”, ressaltou.
Segundo ele, vive-se um período nebuloso no mercado imobiliário. “Além da aprovação de projetos, que demoram cerca de dois anos, também há dificuldades na liberação da Carta de Habite-se”, afirmou.
Na oportunidade, compareceram o presidente do Creci-DF, Hermes de Alcântara; e o presidente do Cofeci, João Teodoro. O vídeo, com a audiência pública na íntegra, está disponível no portal do Senado.
Setor produtivo posa ao lado de senador Hélio José