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A aprovação da Reforma Trabalhista, ontem, no Senado Federal, foi, na opinião de representantes da iniciativa privada, uma vitória para o setor produtivo brasileiro, que há anos tenta mudar as leis nacionais. Para os empresários, a reforma é o início de um caminho de modernização das relações de trabalho que o país começa a trilhar e que trará maior competitividade para as empresas nacionais. Na opinião do presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso, além de dar um pouco de modernidade à legislação trabalhista, a reforma aprovada vai trazer para a legalidade um "monte de gente" que não tem carteira assinada.
“Temos viajado muito mundo afora e é impressionante o ‘gap’ do Brasil em relação ao resto do mundo em termos de relações de trabalho”. Segundo ele, hoje o maior risco para o empreendedor é exatamente o risco trabalhista, já que o judiciário legisla basicamente para o trabalhador. “Hoje, o Brasil só atrai investimentos em áreas de baixo valor agregado ou naqueles setores ligados a recursos naturais. A primeira coisa que o investidor estrangeiro olha é a questão trabalhista”.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também celebrou a decisão do Senado. "Teremos uma modernização da legislação trabalhista que esperamos há 70 anos. Estamos satisfeitos", afirmou a diretora executiva e jurídica da Fiesp, Luciana Freire. Para ela, o pilar da reforma é a questão do negociado se sobrepor ao legislado. Nos últimos anos, diz a executiva, a Justiça do Trabalho e o Ministério Público têm anulado as decisões entre os sindicatos e as empresas, o que gerava incerteza para o setor produtivo.
Cardoso, da Abimaq, também elogiou a medida e diz que, ao contrário do que muitos estão afirmando, a nova regra vai dar mais força aos sindicatos, já que os acordos vão prevalecer sobre a legislação. A reforma, segundo os executivos, vai trazer a legislação para a nova realidade do mercado de trabalho, como o home office. Além disso, afirmam eles, vai beneficiar trabalhadores que estavam à margem da CLT. "Aqueles que não têm carteira assinada, que não têm direito a férias e ao 13º salário, agora serão legalizados", afirma Luciana, referindo-se aos trabalhadores que vivem de "bicos".
Foco
Para o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), Flavio Amary, a Reforma Trabalhista era uma necessidade para devolver a competitividade ao país. Para ele, neste momento, o foco do Congresso deve ser exatamente a aprovação de medidas que deem condições para a economia retomar o crescimento. Ontem, a entidade publicou uma carta onde elogia os "acertos da política econômica" e as "propostas reformistas", que têm permitido a retomada da produção e a geração de emprego. "Entendemos que não podemos ser neutros. Não se trata de defender partido, mas neste momento acreditamos que o Congresso, em conjunto com o Executivo, tem de continuar as reformas e daqui a um ano e meio passamos por novas eleições", diz o presidente da entidade.
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