Sidney Rocha
Assessoria de Comunicação Social do Seconci-DF
Faz tempo que o canteiro deixou de ser lugar exclusivo de homem. Hoje em dia, a mulher é muito bem-vinda numa obra. Pela delicadeza, organização e cuidados que possui, elas dão um toque especial a certas atividades num canteiro, como na fase de acabamento. Mas elas vão além: são engenheiras, técnicas de Segurança, arquitetas e muito mais. O fato é que elas podem estar onde quiserem na construção civil.
Na proximidade da data em que se comemora o dia delas, o Seconci-DF andou por algumas obras para conhecer algumas operárias que estão mudando a cara da construção. Numa obra no Gama, onde há 85 funcionários, somente cinco são mulheres: três no administrativo e duas dentro do canteiro, por enquanto. Para as que estão no canteiro, a oportunidade foi agarrada com unhas, maquiagem e muito bom humor. “Nunca tinha imaginado trabalhar na construção civil, mas a oportunidade apareceu e hoje gosto muito do que faço. Sinto orgulho e vejo que minha família me apoia, tanto que uma das minhas filhas quer estudar para se tornar engenheira”, conta Maria do Socorro, 31 anos, rejuntadeira.
Assim como Socorro, está Maria Creudilene, 39 anos. As duas são amigas e vieram do Maranhão. No DF, já passaram por várias empresas da construção civil. De acordo com elas, são três anos dentro dos canteiros. Quando questionada sobre o trabalho, Creudilene é enfática: “Eu adoro meu trabalho. Gosto do que faço e, se eu tiver oportunidade, quero fazer um curso de pedreira”, conta ela.
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), as mulheres representam 9,5% da mão de obra na construção civil. No DF, iniciativas do poder público incentivam a inserção delas no mercado de trabalho por meio da qualificação. Foi assim que surgiu o ‘Mulheres na Construção”, da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). Além disso, são várias escolas que oferecem cursos para aquelas que se interessam pelo setor, como o Instituto Federal de Brasília (IFB) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF).
Maioria no Seconci-DF
A presença feminina não é exclusividade dos canteiros. No Seconci-DF, elas representam 62,2% dos funcionários. É um número expressivo e demonstra a importância delas para o atendimento aos beneficiários da entidade. São dentistas, técnicas de Segurança do Trabalho e de Enfermagem, apoio administrativo e, pela primeira vez, na Diretoria da entidade.
Desde 2015, Joana D’Arc de Almeida, da Engemega, representa as mulheres na Diretoria. Ela se sente lisonjeada em participar de uma obra social como essa. “É uma alegria conseguir ajudar de alguma maneira o Seconci-DF a se tornar cada vez mais forte e respeitado. A cada reunião que participo, aprendo muito com toda a diretoria e principalmente com a experiência do presidente Deyr Correa”, conta Joana.
Ela trabalha como gerente de projetos e, antes de se tornar engenheira civil, cursou Fonoaudiologia. Mas, por incentivo da família e por paixão, acabou se encontrando na construção civil. “Sou apaixonada pelo que faço e escolhi essa profissão por amor e incentivo do meu pai, que trabalha na área há 45 anos. Comecei dando o suporte na área financeira da construtora Engemega, empresa da minha família, e passei por todos os setores”, explica ela.
Levantamento aponta que elas representam 12% na construção civil do DF
O Serviço Social do Seconci-DF, por meio do programa Seconci Itinerante, que visita obras e escritórios em todo o DF, fez um levantamento onde é possível constatar a quantidade de mulheres que estão na construção civil. Num universo de 1.260 entrevistados pelo Serviço Social da entidade, elas representaram 12% da mão de obra nos canteiros. “É raro chegar em um canteiro e não encontrar uma mulher. Isso demonstra que não há mais barreiras ou preconceitos e elas podem desempenhar diversas funções na construção”, explica Maythê Soares, assistente social do Seconci-DF.
n