Dionyzio Klavdianos
Presidente da Comat/Cbic
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Hoje, a Cbic e o Senai Nacional estão lançando a coletânea de implementação do BIM para construtoras e incorporadoras, editada em cinco volumes. Trata-se de iniciativa pioneira e original, já que procura “apresentar” ao construtor uma das inovações mais impactantes dos últimos tempos.
Faz sentido a utilização do verbo “apresentar” no parágrafo anterior, pois um dos erros de percepção mais graves cometidos em relação ao BIM é achar que o mesmo é meramente uma evolução do Autocad.
É muito mais que isso. A versatilidade e abrangência dessa inovação é transcendental. Abrange o empreendimento desde a fase anterior ao projeto básico até a manutenção e comissionamento. Mas outra percepção errônea que se tem é o fato de, por ter esta característica, tratar-se de uma espécie de software de gerenciamento de processo.
É muito mais que isso.
Embora ainda não tenha implantado a tecnologia na empresa, venho me envolvendo, em virtude do cargo ocupado na CBIC, de maneira sistemática com seus rudimentos e procurarei me ater notadamente aos aspectos de gerência e administração em vez dos técnicos.
O BIM é agregador e, portanto, todo o investimento feito anteriormente pela construtora em metodologias de gestão como ISO, PBQPH, Lean Construction, gestão de projetos poderá ser muito integrado à sua plataforma. Tal sinergia potencializará o impacto positivo de todo o conjunto nos processos internos da empresa.
Ano passado, assisti a apresentação de um caso real de sucesso implementado pela Construtora Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), que conseguiu lançar na plataforma BIM todas as fichas de processo desenvolvidas à época da implementação do PBQP-H na empresa. A inovação já foi testada em empreendimento da empresa, com sucesso.
O BIM é como se fosse um mundo à parte, onde tudo o que será executado no canteiro de obras pode ser antes testado. À medida que transcorre a construção, o modelo é retroalimentado. Concluída a obra, o modelo é mantido, preservado e atualizado, servindo de fonte de pesquisa, tanto dos envolvidos com o empreendimento entregue quanto dos que se envolverão em empreendimentos futuros.
Todos os envolvidos no processo de criação, execução, manutenção e uso do empreendimento podem interagir através do BIM, depositando ali suas contribuições. O incorporador, construtor, projetistas, fornecedores, compradores, engenheiros e profissionais envolvidos na construção, equipe de manutenção, moradores… Lembrou de algo parecido? Claro, a ABNT NBR 15.575 – Norma de Desempenho.
Com a contribuição de cada um dos participantes o BIM se transforma numa biblioteca virtual, acessível ao toque do mouse. Simples assim…
Acontece que, para chegar neste ponto de “simplicidade”, a empresa de fato necessitará investir bastante em vários sentidos. Neste sentido caberá à Cbic minimizar os impactos do recurso financeiro propriamente dito e uma das formas é democratizar a informação. Este é um dos papéis que esperamos seja cumprido pela coletânea lançada. Boa leitura a todos.