91º ENIC: Preparação de construtoras e mercado para industrialização é discutida em pré-evento

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Agência CBIC

 

Os desafios da industrialização no setor de construção foram colocados em debate nas palestras do Pré-ENIC, que antecedeu a abertura do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) nesta quarta, no Rio de Janeiro. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento é uma realização do Sindicato da Indústria da Construção no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) e conta com a correalização da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-Rio) e do Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio).

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Confira as fotos do Pré-ENIC
 
‘Pré-ENIC – A Industrialização na Prática: como as construtoras e o mercado estão se preparando?’, contou com as presenças de:
 

– Eduardo D´Ávila, gerente regional da Associação Brasileira de Cimento Portland e membro do Conselho de Infraestrutura e do Grupo Setorial de Construção Civil da Firjan, que mediou o debate;

– Davidson Deana, especialista em processos construtivos industrializados e sustentáveis e sócio da Ethos Soluções;

– Mauro Campos, diretor da Aceplan Construções e Incorporações, presidente do Sinduscon-Sul Fluminense, diretor da Associação Comercial de Volta Redonda e membro do Conselho da Firjan e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano;

– Lydio Bandeira de Mello, presidente da Comissão de Materiais, Qualidade e Produtividade (Comat) do Sinduscon-Rio e membro da Comat/CBIC e do grupo de Acompanhamento de Normas Técnicas da CBIC; e

– Filipe Honorato, sócio da Ethos Soluções.

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Para Mauro Campos, a industrialização no Brasil no setor de construção ainda engatinha. O tema, segundo ele, precisa estar associado à gestão das empresas. “Os empresários precisam ter a consciência da importância do planejamento e da gestão para gerar o devido controle dos processos. Sem isso, não podemos alavancar a industrialização. É preciso ter uma mudança de mentalidade do empresariado, coragem para sair da zona de conforto”, afirmou, classificando a ferramenta Building Information Modeling (BIM, na tradução para o português Modelagem da Informação da Construção) como fundamental para promover uma disrupção nos processos de planejamento e gestão nas empresas.
 
Na avaliação de Davidson Deana, o mercado da construção ainda é muito segmentado, o que dificulta a sua industrialização. “A área de projetos, construtoras e a parte de suprimentos devem estar integrados, devem ser parceiros na obra, transcendendo o produto e chegando efetivamente no serviço”, declarou.
 
O uso e o conhecimento de normas e certificações técnicas foi defendido por Lydio Bandeira, que falou sobre a importância da padronização de materiais e equipamentos. Segundo ele, isso é premissa para a que a industrialização no setor avance.
 
“Essa questão tem evoluído entre os fabricantes, que têm se esforçado para atender as normas técnicas. Mas ainda temos carências nessa área. Para que a industrialização avance, é preciso que mais produtos e sistemas sejam normatizados”, disse Bandeira.
 
Na carona desse tema, Mauro Campos afirmou que ainda há grande dificuldade de encontrar materiais certificados. Aproveitou também para abordar a falta de interesse de agentes financeiros em incentivar a inovação no setor.
 
“Os recursos estão escassos e ainda não chegamos ao ponto de os bancos incentivarem a inovação, mas se seguirmos o caminho da industrialização, ganharemos produtividade. Com isso, não precisaremos mais que os bancos valorizem isso, nós vamos conseguir ter preço competitivo e vender mais. Com competitividade, velocidade, e qualidade, o mercado compra mais nossos produtos, não existe crise”, ressaltou Campos.
 
Sobre as empresas estarem preparadas para a industrialização, Filipe Honorato afirmou que “não estão completamente, ainda”. Para ele, o Brasil precisa melhorar a segurança jurídica: “Acredito que não podemos deixar de lado da discussão a instabilidade de agente econômicos, as mudanças constantes de regras. Estou construindo uma relação de 30 anos com um cliente e quero saber se essa relação poderá se manter”.
 
Outro ponto destacado por Honorato é a necessidade de reduzir a dependência do mercado de construção em relação ao investimento público. “O governo tornou-se nosso principal financiador. Se ele espirra, nós pegamos pneumonia. O contingenciamento de recursos afeta toda a nossa cadeira porque não temos solidez de funding a longo prazo, salvo segmentos específicos. É preciso reverter isso”, defendeu.
 
“E quais são os resultados efetivos quando se aplica a industrialização?, questionou Eduardo D´Ávila. Na opinião de Davidosn Deana a industrialização promove a cadência dos processos, é mais fácil gerar um projeto”, destacou.
 
O presidente do Sinduscon-Rio, João Fernandes, fez uma participação no final do debate. Falou sobre a questão de engajamento da mão de obra. “A gestão deve ser transparente, você coloca em prática a meritocracia pura e gratifica quem merece, não o bajulador, aquele que trabalha muito, e sim aquele que trabalha melhor”.

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