91º ENIC: 100 anos do Sinduscon-Rio serão celebrados durante encontro nacional

 

Agência CBIC

 

Um século de trajetória que se mistura com a história e o desenvolvimento econômico e social do Rio de Janeiro. O centenário do Sindicato da Indústria da Construção no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) é tão emblemático que será celebrado com um jantar no encerramento do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que será aberto nesta quarta-feira (15) e segue até a sexta-feira (17), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). A entidade é uma das anfitriãs do evento, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

 

O início da história do Sinduscon-Rio está intimamente ligado ao período de reforma urbana da cidade, capitaneada pelo prefeito Pereira Passos, no início dos anos de 1900. A reforma conhecida popularmente como “bota abaixo” trouxe mudanças urbanísticas profundas, demandando das empresas de construção uma nova forma de organização e planejamento.

 

Liderada pelo construtor italiano Antonio Januzzi e pelo arquiteto francês Lucien Remy, foi criada a Associação dos Construtores Civis do Rio de Janeiro em 1919. Em 1935, quando o presidente Getúlio Vargas instituiu o sindicalismo no Brasil, a Associação tornou-se Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro, chegando à sua denominação atual após a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro. Atualmente, a entidade conta com 150 empresas associadas.

 

Ao longo de 100 anos, o Sinduscon-Rio acompanhou a evolução e a diversificação de atividades ligadas à construção civil, mantendo o espírito de luta pelos direitos das empresas e dos trabalhadores e realizando ações concretas para o fortalecimento da indústria. Essa é a opinião do presidente da entidade, João Manuel Martins Fernandes, que assumiu o cargo em outubro de 2018, no lugar de Roberto Kauffmann.

 

“O centenário do Sinduscon-Rio é bastante simbólico e uma oportunidade para lembrarmos da história da entidade, que foi e ainda é tão importante para o estado. Temos que recordar, mas também olhar para frente e estar atentos às inovações tecnológicas”, resume Fernandes.

 

O presidente tem como pilares o desenvolvimento e a modernização. Pretende organizar encontros para tratar de temas pertinentes ao setor.

 

Na mesma linha do slogan do 91º Enic – Vamos pensar o futuro? –, João Fernandes trabalha para ajudar a desenvolver as pequenas construtoras e os subempreiteiros do Rio de Janeiro. Estão na agenda ainda a criação de um aplicativo de celular para ajudar empresários a administrar suas empresas a distância e a realização de cursos que visa à capacitação de empreendedores.

 

Roberto Kauffmann. Foto: PH Freitas

 

Uma trajetória de avanços significativos

 

A história do Sinduscon-Rio tem alguns marcos importantes. Um dos legados da entidade, na opinião do ex-presidente Roberto Kauffmann, que esteve à frente da entidade por 18 anos (2000-2018), foi a criação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em 20 de janeiro de 1957. A entidade, que surgiu com o propósito de fortalecer a tratativa de temas da construção e do mercado imobiliário, cresceu e se desenvolveu na sede do Sinduscon-Rio até 1992, quando foi transferida para Brasília.

 

No período em que Kauffmann presidiu o Sinduscon-Rio, a entidade colaborou para a criação do Ministério das Cidades, em 2003. O órgão federal tornou-se o principal interlocutor da entidade. “Com o Ministério das Cidades, passamos a colaborar com estudos que expunham o déficit de habitação no Brasil, o que acabou gerando programas de habitação popular como o Minha Casa Minha Vida”, ressalta Kauffmannm que hoje é vice-presidente de Relações Institucionais do sindicato. Com a eleição do novo governo federal, Cidades e Integração Nacional foram fundidos, dando lugar ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

 

À frente da presidência, Kauffmann foi um dos representantes indicados pela Confederação Nacional da Indústria para fazer parte do Conselho Curador do FGTS. Avanços significativos foram conquistados durante os quatro anos em que foi membro do Conselho, entre eles, a criação do Fundo de Investimento em Infraestrutura com recursos do patrimônio líquido do FGTS, em 2007.

 

Entre as conquistas atuais está o novo Código de Obras e Edificações Simplificado (COES), sancionado pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella, este ano. Para Kauffmann, o normativo, juntamente com a Lei de Uso e Ocupação do Solo, (em tramitação na Câmara Municipal), contribuirá para a retomada da indústria da construção civil no Rio. “O COES tornou-se mais moderno, objetivo e ágil para atender aos interesses da população”.

 

De olho na responsabilidade social e na saúde do trabalhador

 

Criado em 1989, o Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Seconci-Rio) é o braço social do Sinduscon-Rio. A associação civil, sem fins lucrativos, é financiada e gerenciada pelos empresários. Por meio do aporte mensal de 1% sobre a folha de pagamento, as empresas garantem aos seus funcionários assistência social, além de atividades educativas, de promoção da saúde e prevenção de doenças.

 

Outro marco na área de responsabilidade social é o programa Alfabetizar é Construir, que desde 1990 já alfabetizou nos canteiros de obras cerca de 7 mil alunos em mais de 350 turmas. A iniciativa pioneira do Sinduscon-Rio é voltada para trabalhadores que não possuem instrução ou ensino fundamental. A empresa leva a sala de aula para os canteiros e conta com a parceria do Sesi, responsável por aplicar uma metodologia específica de ensino.