Queda de juros pode aquecer consumo de energia solar, diz diretor do Sinduscon-DF

Queda de juros pode aquecer consumo de energia solar, diz diretor do Sinduscon-DF
Placa solar em telhado | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Adoção de painéis solares gera redução de até 95% na conta de luz

Comunicação Sinduscon-DF

O sócio fundador da Smartly Energia e diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Mateus de Sordi, afirmou nesta quarta-feira (21/2) que a diminuição nas taxas de juros pode dar impulso significativo ao mercado de energia solar no Brasil. No entanto, ele disse que os consumidores precisam buscar informação correta sobre a lei da “taxação do sol”, também conhecida como Marco Legal da Geração Distribuída, na instalação de painéis solares, pois, acrescentou, seu impacto é relativamente baixo, especialmente no Distrito Federal.

A lei foi considerada importante para o setor, já que garantiu benefícios para os pequenos e grandes produtores de energia, além de segurança jurídica para todo o setor. A “taxação do sol” incide apenas em uma parcela da tarifa, chamada de Fio B, partindo de 15% desta e aumentando gradualmente, ano a ano. No DF, resulta em uma cobrança de menos de 4% neste ano de 2024. Parte da energia gerada pelo sistema fotovoltaico é consumida pelos equipamentos ou eletrodomésticos ligados naquele momento, e o restante é injetado na rede e está sujeito à cobrança prevista na lei.

“Com a queda das taxas de juros, o mercado tem potencial para se expandir ainda mais. O financiamento de sistemas de energia solar se torna opção atraente em um cenário de taxas baixas. Muitos consumidores estão optando por essa alternativa, substituindo suas contas de energia por parcelas de financiamento, e, após ser quitado, o modelo sustentável garante energia praticamente gratuita”, explicou De Sordi. Portanto, além da economia na conta de luz, o cliente se protege em relação aos reajustes na tarifa de energia.

De acordo com relatório da consultoria Greener, baseado em respostas de empresas do setor, houve queda de 60% no volume vendido no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ainda de acordo com o relatório, apenas 8% das vendas não convertidas ocorreram por conta de receio em relação à Lei 14.300. 48% se deram por conta de juros altos ou dificuldade na aprovação de crédito.

Apesar da redução da demanda, o CEO acredita que os consumidores ainda estão buscando informações sobre os benefícios do modelo e destaca que “a energia solar continua sendo uma opção economicamente viável”. Dados da Neoenergia comprovam que a adoção de painéis solares pode resultar em redução de até 95% na conta de luz.

Muitas empresas consideram a instalação de painéis solares por considerarem o retorno significativo do investimento, muitas vezes atingindo um payback de 2 anos. "Hoje em dia, não vejo motivo para que um condomínio ou uma empresa não adote o uso de energia solar. É um investimento facilmente financiável, com pagamentos muitas vezes equivalentes ou até inferiores à conta da área comum de um prédio", ressaltou o diretor do Sinduscon-DF.

RECORDE

Em 2023, o Brasil bateu recorde na expansão da energia solar, adicionando 3 Gigawatts (GW) à sua matriz energética, segundo dados do Ministério de Minas e Energia. Com 83,79% de fontes renováveis em sua matriz elétrica, o Brasil emerge como uma referência global em energia limpa. A região brasileira com a pior irradiação solar, de acordo com Sordi, ainda apresenta uma incidência 40% maior do que a Alemanha, líder mundial em painéis solares.

Segundo o ministério, de janeiro a setembro de 2023, houve o maior incremento da capacidade de geração solar centralizada da história no Brasil, superando o total de 2,5 GW adicionados em 2022. “A energia solar é essencial para evitar o uso excessivo de termoelétricas em épocas secas, diminuindo a emissão de carbono e tornando a matriz elétrica mais sustentável. Além disso, a viabilidade econômica impulsiona o aumento da energia solar, reduzindo nossa dependência de fontes mais poluentes”, explicou o diretor do Sinduscon-DF.

Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que, desde 2012, quando a energia solar começou a ser comercializada no Brasil, houve uma redução significativa de 80% em seu preço – de US$ 100 o megawatt-hora para aproximadamente US$ 20.

Em um leilão recente, a energia solar apresentou um deságio expressivo de 20,78% em relação ao preço inicial de R$ 225,00/MWh, alcançando um preço médio de venda de energia elétrica de R$ 178,24/MWh (equivalente a US$ 37,29/MWh). Além disso, a energia solar evitou que mais de 42,4 milhões de toneladas de CO2 fossem despejadas na atmosfera no período de 2012 a 2023.

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