Natação II - efêmero

Natação II - efêmero
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Sete e quinze da manhã e o malabarista argentino já no batente. Buzino, palhaço, finge que se assusta, gargalha e sorrio em troca. Aproxima-se e vendo minha mão estendida, lustra de mentirinha o capô como paga pelas moedas…

Primeiro dia de inverno e a água gelada como o pecado. Mergulho e relaxo. Me entrego, lento, deixo que a água me envolva para aos poucos ir aclimatando.

Parece que a piscina transparente que interliga dois prédios em bairro nobre londrino - a que me inspirou o post natação - tornou-se fonte de discórdia entre os moradores.

Na Inglaterra, algumas benesses do condomínio são acessíveis apenas aos donos da integralidade do imóvel. Quem é dono de parte e aluga o restante - tem este tipo também - deve fazer como Anne Hatthaway no belo ''Um dia'', que recorrentemente, se dirigia a uma piscina pública para praticar o esporte favorito ou então tomar o elevador e curtir da calçada, ao lado dos transeuntes, a dor de cotovelo pelos vizinhos afortunados.

Na folha de 24 de junho, a nova tendência do mercado imobiliário, startups, e até grandes marcas, disputam o mercado dos condomínios. Geladeiras recheadas à disposição dos moradores, acessíveis ao escaneamento do QR code pelo celular. ''É mais caro um pouco, mas a comodidade compensa“, conta a moradora. O sistema é baseado na confiança, em todo o caso, segundo um dos empreendedores, 7% dos prédios preferiram pagar um extra e incluir câmeras de TV no combo.

O sinal abre… e penso que o que amealhou na rodada dá para um pingado com pão na chapa no McDonald’s ao lado.

No rádio o refrão, “…Xanadu, Shangri-la, Jardim do Éden, Paraisópolis…”, alegrias efêmeras…

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