Sarampo

Sarampo
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Nos jornais de hoje, 22 de abril, a notícia de que a maior cimenteira do mundo pretende deixar o Brasil - o que parece fazer parte de sua estratégia mundial, largar mercados deficitários como Malásia, Filipinas, Indonésia…

A gigante ampliou suas pretensões aqui durante o surto de crescimento da economia que ocorria na virada da década de 2010. Depositavam nele grandes expectativas, ela e tantas outras, notadamente as estrangeiras.

Confiantes, construíram e ampliaram fábricas pelo Brasil afora, mas o surto se provou surto - tal qual sarampo ou catapora - e quando estavam prontas para despachar 100 milhões de toneladas anuais, permanecemos comprando os mesmos 50 milhões de décadas passadas.

Passado o surto e tomado o susto, ocorreram várias aquisições e fusões. Para a construção civil, a despeito da rebordosa, o legado foi bom, pois aumentou-se a concorrência. O tão sonhado saco de cimento a U$5 (cinco dólares), até então disponível apenas em países mais desenvolvidos, pôde ser finalmente comprado e ainda hoje há 24 marcas distintas espalhadas pelo país. Ok, a crise em que nos metemos contribuiu para a baixada da régua, mas notem que do mangue de desabastecimento generalizado de insumos provocado pela pandemia, o cimento, de acordo com as respostas dos associados da câmara brasileira da indústria da construção (CBIC), foi um dos que mais rápido saiu.

A empresa não comenta porquê vai embora daqui… provável não aguente mais esperar por dias melhores (que parece que virão, ao menos é o que indicam os números do sindicato nacional da indústria de cimento (SNIC) sobre o crescimento de 19% nas vendas do primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado) ou, vai ver, sabe que só mesmo sarampo e catapora: quem pegou uma vez não pega mais…

Boa notícia chegando no meu WhatsApp: “concreto sem cimento revoluciona construção civil e protege o ambiente”. Inovação bem-vinda. De toda a forma recomendo vacinar, já tive sarampo e sei o estrago que causa.

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