Dom Bosco

Dom Bosco
Compartilhe:

Dionyzio Klavdianos
Presidente do Sinduscon-DF

Antes de Brasília, a Dom Bosco

Contemplando o pedaço de pizza nas mãos da Dona Gicelda, meu pai conta que assim também comia o seu no balcão da pizzaria Dom Bosco.

Ele chegou na cidade em 1959 e morou na 306 sul até concluírem a obra do Congresso. Voltou para o Plano Piloto em 1978, pra morar na 106 sul, mais perto da escola dos filhos.

Nunca me disse que tinha sido freguês, nem nunca o vi comer um pedaço, ao contrário de nós, que aos finais de semana, quando iam ele e minha mãe pro sítio, revezávamos entre o Brutus do Giraffas e a pizza com o mate de lá.

O corredor estreito, repleta de gente, apoiada no balcão ou ancorada pelo pé na parede de azulejo 20 x 20, decorada com cartazes rotos e anúncios indigentes de algo à venda ou dum show no final de semana.

Sorrindo praquela multidão, da prateleira, o garotinho da caixa de cigarros de chocolate da Pan, pose de galã, como se estivesse fumando um…

A pizza foi pra despedida do Renan. Fazia um ano que eu não ia ao aeroporto. Não conhecia a nova praça de alimentação em frente ao terminal de desembarque, mescla de ilhas para encontros e quiosques, um deles o hot dog da igrejinha, há décadas com a carrocinha estacionada ao lado do monumento que lhe emprestou o nome, pertinho da Dom Bosco!

Da igrejinha ao aeroporto um grande voo e a materialização de um sonho, na cidade que nasceu de outro e, transformada em avião, decolou.


O garoto da foto acima tornou-se ator de trabalhos consistentes
em filmes, teatro e TV, foi um dos apresentadores do telecurso 2000,
é diretor do sindicato dos artistas e técnicos de espetáculos e nunca fumou na vida.

Voltar