Andar a pé pela cidade

Andar a pé pela cidade
Compartilhe:

Dionyzio Klavdianos

Presidente do Sinduscon-DF

 

Já imaginava qual seria o comentário da Cicerone assim que viesse me buscar: "O hotel em que se hospedou fica numa região que requer cuidado”.

Referia-se aos arredores do centro antigo, região, no Brasil, costumeiramente degradada. Mas quando encontrei a opção Ibis Styles no site de busca, não me preocupei com o fato.

Encantei-me com a proposta da marca desde a vez que me acomodei no primeiro, uma espécie de albergue de luxo*, decoração alegre e descontraída, contando com o essencial, ou algum secundário que agrega valor, sem a crueza peculiar dos hotéis da rede. Não é pouco se pensarmos o quanto o marketing costuma não colar com a real política das empresas com o cliente.

Até que ela tenha vindo me buscar, opto por caminhada longa até um café, deparo-me com outros albergues, mas o que chama a atenção é a quantidade de prédios de arquitetura modernista em meio ao casario envelhecido, remanescente da primeira metade do século passado. De fachada retangular, com módulos quadrangulares perfeitos para encaixe das esquadrias, cobogós e pilotis de pé direito alto (nós de Brasília somos tentados a achar que pilotis foi produção exclusiva para a nossa cidade). Bonito o cenário daquele pedaço de Porto Alegre, arborizado, o sol se pondo ao final da tarde convida a paradas para fotografia.

Imagino que a questão da segurança tenha passado pela cabeça dos investidores do hotel ou do peculiar café quando da escolha do local, bom que tenham arrojado, prova de amor à cidade, a qualquer cidade.

Depois do café, já escurecendo, volto para o hotel, a pé.

*definição exata, dada pela Anauã Vilhena, presidente da comunidade grega do RJ.

 

Voltar