Pobreza de projeto - Ciclovia

Pobreza de projeto - Ciclovia
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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)


O que nos impede de termos aqui no Brasil uma ciclovia nos moldes desta da cidade de Sevilha publicada no perfil de facebook do amigo Gabriel Marinho?
 

Construíram há pouco tempo no bairro em que moro uma faixa exclusiva para bicicletas, que também é utilizada por pedestres, cachorros, carrinhos de bebê e aqui e acolá até por automóveis. Sociologicamente tal atitude dos cidadãos pode nos ajudar a compreender porque não conseguimos chegar lá.
 

É faixa para bicicleta e não ciclovia porque preponderantemente é utilizada para lazer, em que pese muitos cidadãos que utilizam bicicleta como veículo de locomoção para o trabalho ou para condução de filhos à escola utilizarem o percurso.
 

Porque não concluíram a ligação da tal faixa à cidade satélite do Núcleo Bandeirante, ali perto, o que pouparia aqueles que precisam da ciclovia por necessidade de transitarem um bom trecho na terra? Uma linha de trem que corta o bairro que moro, o Park Way, e a cidade satélite não seria um empecilho pois poderiam fazer uma ponte pequena e em arco, na minha opinião o que inviabiliza a ideia é o fato de motociclistas, e até os tais automóveis que já vi na faixa atual, passarem a utilizar a ciclovia como atalho, uma pena.
 

Todos os sábados faço uma corrida com minha bicicleta pela faixa, cerca de 10 km e percebo que com menos de um ano de existência a obra já começa a apresentar patologias, que em breve condenará trechos da mesma. Cobrei de um dos candidatos a governador de Brasilia que esteve apresentando propostas no Sinduscon-DF que tipo de manutenção recomendaria para tais obras, mas nem ele, nem qualquer um dos outros quatro candidatos que por lá passaram demonstraram possuir uma política objetiva para o importante tema de manutenção de obras públicas, pequenas ou grandes, uma lástima.
 

No geral, o poder público parece não dispor de projetos inovadores e completos o suficientes para minimizar os impactos da falta de infraestrutura urbana.
 

Até hoje não esqueço a resposta do então secretário de obras de Brasília ao repórter de uma rádio quando indagado sobre o porquê de não inserir também uma ciclovia à obra do VLP, na época iniciando, que ligaria as cidades satélites do Gama e Santa Maria ao centro de Brasília, cerca de 40km de extensão. Sua resposta foi ser o projeto de ciclovia bastante específico o que requereria outro tipo de tratamento , mas sinceramente, analisando a foto em anexo, não vejo tanta especificidade assim que justifique termos perdido a possibilidade de arriscar.

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