Dionyzio Klavdianos
Presidente do Sinduscon-DF
O motorista me deixa pertinho de onde será a cerimônia de reabertura do viaduto da galeria dos estados, quando desço do carro e ele parte é que me dou conta de que não tem como atravessar o eixinho de forma segura, arrisco e quase sou atropelado.
No dia seguinte, para ver o jogo do Brasil e ainda sob os efeitos do sufoco, opto pelo sinal na primeira travessia, pela faixa de pedestre na segunda e, na terceira e última, por entre os cones da PM, que para o trânsito à medida que um bolinho de gente se forma.
Deve ser dura a vida em Brasília para aqueles que não podem ou não querem usar carro. Se Marcella não conhecesse o local não encontraríamos a longínqua faixa de pedestre, que inexplicavelmente não prossegue na via próxima ao estádio quando termina a longa calçada que guia o público, detonada em vários pontos por veículos de concessionárias e que faz linda figura, razoavelmente iluminada , em meio ao breu do ermo da vasta área de gramado que corta.
Fora do estádio dezenas de barracas de cardápio nada original; churrasquinho, pastel e Xbomba… marcas de ingredientes estranhas até mesmo pra quem, como eu, conhece bastante as prateleiras de mercados, feito o aço das obras a única opção que não dará dor de barriga são Coca Cola e guaraná antártica.
Não consigo mastigar boa parte dos cubos de carne do churrasquinho, parto para o pastel de R$ 5,00, o azedinho do queijo até aguça o paladar, quero mais um, a fila grande me obriga a passar para a vizinha, do mesmo dono, R$2,00 mais caro e sem queijo.
Minha filha pergunta o que significa a AGEFIS, me dou conta então que há um batalhão deles a nossa volta, curioso, indago a um a missão, “verificar documento e cerveja de garrafa.”. “Agência de fiscalização”, respondo pra ela, sem deixar de prestar atenção na quantidade de garrafas de cerveja sobre balcões e mesas.
O Mané Garrincha gigante, gosto tanto de jogo e quase nunca vou lá, a rampa de acesso suave, longuíssima, cortando o paliteiro de pilares, “mal sinalizado”, lembrou bem um amigo com dificuldades para encontrar o camarote, de onde a menos não deve ter sentido o frio que eu, de bermuda, senti nas pernas o tempo todo na arquibancada superior.